O deputado estadual Filippe Poubel (PL) irá representar no Ministério Público do Rio (MPRJ) sobre nomeações de parentes da ex-prefeita de Quissamã, Fátima Pacheco (União), no governo municipal. Em 2024, Marcelo Batista (PP), que era vice de Fátima, foi eleito prefeito da cidade.
Segundo levantamento feito pela equipe técnica do gabinete da vereadora Alexandra Moreira (PL) e compartilhado com Poubel, Batista sancionou uma lei que altera a estrutura administrativa da prefeitura, criando 108 novos cargos. Apenas com comissionados, o município desembolsará anualmente mais de R$ 43,6 milhões em 23 secretarias.
Ainda de acordo com o levantamento, no dia 20 de fevereiro foi publicada a nomeação do filho de Fátima, Lucas Pacheco Carneiro, como titular da recém-criada Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania.
Poubel e Moreira destacaram que Lucas seria o terceiro parente direto da ex-gestora a ocupar um cargo no atual governo. O levantamento também apontou que foram nomeados como servidores comissionados duas sobrinhas, um sobrinho e a nora da ex-prefeita esposa de Lucas.
Prefeitura de Quissamã teria R$ 1 milhão a mais em despesas
Para manter a folha da nova secretaria, os cofres municipais teriam de arcar com mais de R$ 1 milhão por ano. Além disso, a vereadora e o deputado apontam que o novo secretário contará ainda com quatro subsecretários e equivalentes, cada um ao custo de R$ 11 mil por mês.
“A prefeitura, que deveria ser um espaço de gestão eficiente e compromisso com a população, dá sinais de que se tornou um clube fechado para poucos privilegiados. Enquanto isso, servidores de carreira seguem com salários defasados e a população sem melhorias nos serviços básicos”, reclamou Alexandra.
“É inaceitável ver essa farra com dinheiro público em benefício de pessoas que não possuem qualificação para o cargo. Iremos ao MP para frear esse absurdo. É desrespeitoso com servidores qualificados que trabalham, mas acumulam uma perda salarial superior a 55% nos últimos anos”, emendou Poubel, líder do PL na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).
O TEMPO REAL procurou a Prefeitura de Quissamã e perguntou sobre o caso. O município afirmou que segue rigorosamente os índices prudenciais estabelecidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), e recentemente, foi aprovada pela Câmara Municipal a nova estrutura administrativa, que inclui a criação de uma nova secretaria e duas secretarias adjuntas.
Ainda de acordo com a prefeitura, essas secretarias adjuntas possuem status equivalente ao de uma secretaria, mas não contam com a mesma estrutura organizacional, o que permite maior flexibilidade e eficiência na gestão pública.
