O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), abriu a cúpula de chefes de estado do G20, na manhã desta segunda-feira (18), no Museu de Arte Moderna (MAM), no Rio de Janeiro. O encontro reúne as 19 maiores economias do planeta, mais União Europeia e União Africana.
No início de sua fala, Lula destacou que, se os líderes assumirem a responsabilidade no combate à fome e à pobreza, tema da Aliança Global proposta pela presidência brasileira do grupo, será possível ter sucesso em um curto espaço de tempo. O presidente ainda citou o Rio, capital do G20 este ano, exaltando as belezas naturais da cidade maravilhosa, mas chamando atenção para as desigualdades.
“Aqui no Rio e Janeiro de um lado há a beleza e exuberância da natureza. Do outro, injustiças sociais profundas. Temos [no mundo] o maior número de conflitos armados desde a Segunda Guerra Mundial e a maior quantidade de deslocamentos forçados já registrada. A desigualdade social, racial e de gênero se aprofundou na esteira de uma pandemia que ceifou 15 milhões de vidas”, disse.
Ao todo, 19 chefes de Estado e de Governo estão na cidade para debaterem um documento que chegue a um consenso entre os três eixos que marcaram a presidência brasileira no G20 ao longo de um ano. A única ausência será a do presidente russo, Vladimir Putin, que será representado pelo ministro das Relações Exteriores do país, Sergei Lavrov.
O primeiro eixo da presidência brasileira no G20 é o combate à fome, à pobreza e à desigualdade. O segundo é o desenvolvimento sustentável, o enfrentamento às mudanças climáticas e a transição energética. O terceiro eixo é a reforma da governança global para resolver conflitos.
Na área econômica, a principal bandeira brasileira é a taxação global dos super-ricos, que ajudaria a financiar o combate à desigualdade e o enfrentamento das mudanças climáticas. Baseada nas ideias do economista francês Gabriel Zucman, a proposta prevê um imposto mínimo de 2% sobre a renda dos bilionários do mundo, que arrecadaria entre US$ 200 bilhões e US$ 250 bilhões anualmente e divide os países.
Apesar de ter a adesão de diversas nações, a ideia enfrenta a resistência de alguns países desenvolvidos, entre os quais os Estados Unidos e a Alemanha, e também da Argentina. Entre os países que apoiam estão França, Espanha, Colômbia, Bélgica e África do Sul, que assumirá a presidência rotativa do bloco depois do Brasil. A União Africana manifestou apoio desde a apresentação da proposta em fevereiro.
De quinta-feira (14) a sábado (16), a presidência brasileira do G20 recolheu as contribuições da sociedade civil durante o G20 Social. Iniciativa criada pelo Brasil que reuniu organizações sociais, acadêmicos e entidades que redigiram um documento a ser anexado ao comunicado final da reunião de cúpula.
Com Agência Brasil.