A divulgação do mapa de apuração das notas do carnaval 2025, no site da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), gerou confusão e polêmica nesta quinta-feira (6). O problema surgiu devido a uma inconsistência nas notas das escolas Grande Rio e Estação Primeira de Mangueira, o que levantou questionamentos sobre o título da Beija-Flor.
Nas redes sociais, a Grande Rio divulgou um comunicado informando que, de acordo com o mapa da apuração, a escola havia recebido três notas 10 e uma nota 9.9 no quesito bateria. No entanto, durante a leitura ao vivo das notas, o locutor Jorge Perlingeiro anunciou que a escola tinha obtido duas notas 9.9 e duas notas 10, o que divergia da informação publicada no site.
A escola argumentou que, com a soma — considerando apenas um 9.9 — a agremiação teria alcançado 30 pontos no quesito bateria, o que resultaria em um empate com a Beija-Flor, ambas com 270 pontos. No entanto, o erro no site da Liesa indicava que a escola somava apenas 29.9 pontos, o que consagrava a Beija-Flor como campeã isolada.
Grande Rio vai buscar esclarecimentos
No comunicado, a Grande Rio criticou a inconsistência, afirmando que a diferença nas notas impactava diretamente o resultado oficial e que a escola buscaria esclarecimentos durante a plenária das agremiações do Grupo Especial, marcada para sexta-feira (7).
“Desde já, reiteramos nosso total respeito à entidade, às nossas coirmãs e, principalmente, à comunidade e aos torcedores da nossa escola. Estaremos sempre em busca de esclarecimentos sobre qualquer fato que possa comprometer a transparência do nosso carnaval”, concluiu.
O que diz a Liesa
Em resposta, a Liesa admitiu o erro de digitação e garantiu que o resultado da apuração estava correto.
“Devido a um erro de digitação, ocorreu a divulgação equivocada do mapa de notas do Rio Carnaval 2025, com alterações nas notas das agremiações Estação Primeira de Mangueira e Acadêmicos do Grande Rio no quesito bateria. Pedimos desculpas pelo transtorno a toda comunidade do carnaval. As notas já estão corrigidas e as justificativas divulgadas em nosso site oficial”, destacou na nota.
Unidos de Padre Miguel
A Unidos de Padre Miguel também questionou o resultado da apuração e se manifestou nas redes sociais, destacando as justificativas do jurado. A escola criticou o fato de sua utilização do dialeto cultural ser considerada negativa.
“Despontuar uma escola por fazer utilização do dialeto da sua cultura é minimamente uma avaliação despreparada! Esquecer nossa oralidade para atender um acadêmico, não negro não está nos planos da nossa escola”, escreveu.
No fim da noite de quinta-feira (6), a Unidos de Padre Miguel também anunciou que entrará com um recurso contra o resultado do carnaval, que a rebaixou para a Série Ouro.
Mocidade
Outra escola que se posicionou foi a Mocidade Independente de Padre Miguel, que também manifestou sua insatisfação com o resultado da apuração.
“É desmotivante ter um julgamento com olhar que não aceita o que é novo e o que é diferente. Ter quesitos aclamados por todos e, que mesmo assim, ainda são penalizados na hora das notas, dói no coração da nossa Estrela”, escreveu.
.A diferença de critérios dos jurados, dependendo de sua origem, foi um dos pontos que mais chamou a atenção da escola, principalmente no quesito evolução. A Mocidade também reafirmou que, apesar da desmotivação, não abandonará suas raízes.
“Se, anos atrás, inventamos a paradinha, se fomos os únicos campeões contando a própria história, reinventamos a estética, mudamos paradigmas e criamos tendências, não vai ser agora que deixaremos de erguer nossa bandeira e plantar nossa raiz.”, afirmou a escola.