Moradores da favela Santo Amaro, no Catete, Zona Sul do Rio, fizeram uma manifestação, na tarde deste sábado (7), pedindo justiça pela morte do jovem Herus Guimarães Mendes, de 24 anos. Ele foi baleado durante uma festa junina, na noite de sexta-feira (6), no momento em que agentes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) iniciaram uma operação no local.
Herus trabalhava como office boy em uma imobiliária. Um encontro de quadrilhas juninas acontecia na favela no momento do tiroteio. Ele foi socorrido ao Hospital Glória D’Or, mas não resistiu. Outras quatro pessoas ficaram feridas — entre eles um adolescente de 16 anos, que já recebeu alta. Estes foram atendidos no Hospital Souza Aguiar, no Centro.
O Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos da Defensoria Pública do Rio divulgou nota repudiando, com veemência, o que chamou de triste e inaceitável episódio ocorrido na última sexta, na favela do Santo Amaro.
“Não se justifica uma operação policial durante plena festa junina, com a presença de crianças e adolescentes. A proteção à criança e adolescente é obrigação do Estado, não sendo aceitável que o enfrentamento ao crime organizado ponha em risco exatamente aqueles que temos a obrigação primária de proteção”, afirmou a entidade.
Comissão da Alerj oficia Bope sobre episódio no Santo Amaro
A deputada estadual Dani Monteiro (PSOL), presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Alerj, enviou um ofício à Polícia Militar e ao Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE), cobrando investigação imediata e solicitando acesso às imagens das câmeras corporais dos agentes envolvidos na operação.
Além disso, a manifestação da tarde deste sábado teve o apoio dos vereadores Leonel de Esquerda, vice-presidente da Comissão de Combate ao Racismo da Câmara do Rio, e Maíra do MST, ambos do PT.