Depois de faltar ao debate no primeiro turno, Rodrigo Neves (PDT) esteve pela primeira vez em discussão direta com o adversário Carlos Jordy (PL), em encontro entre os candidatos que disputam a Prefeitura de Niterói, promovido pelo G1 nesta segunda-feira (21). Como na guerra judicial que têm travado, os dois subiram o tom e trocaram acusações.
Jordy focou na prisão de Rodrigo Neves, colocando a pecha de ex-presidiário no adversário, com destaque às denúncias de corrupção, aumento de cargos na prefeitura, deficiências na saúde, além de corte na moeda Araribóia para mães de autistas. Neves, por sua vez, insistiu nas perguntas sobre direcionamento de emendas, lembrou que Jordy foi alvo de operação da Polícia Federal no inquérito do 8 de janeiro e que votou contra projetos de benefícios sociais, como o Bolsa Família e Tarifa Social.
Quando o tema de obras de macrodrenagens dominou quase todo primeiro bloco, Jordy acusou Neves de investir em obras só através de empresas de aliados e que, apesar de 12 anos na prefeitura de forma direta ou indireta e do orçamento de R$ 6 bilhões, criaria uma nova taxa para aplicar em drenagem da cidade. O ex-prefeito não negou a criação do novo tributo, e respondeu citando intervenções e investimentos feitos em seus mandatos antigos.
Jordy tentou questionar Neves sobre o aumento da população em situação de rua, que desviou da pergunta e levou para falta de destinação de emendas de Jordy à Saúde. Foi então que Neves aproveitou para acusar o adversário de ser contra a vacina e promover aglomerações durante a pandemia.
Na réplica, o bolsonarista garantiu que se vacinou, e que nunca foi contra a vacina, mas, sim, ao fato de as empresas não se responsabilizarem pelos efeitos colaterais. Jordy, que foi chamado de Carlos Mattos durante todo o debate, fez críticas sobre o mal funcionamento de unidades de saúde e que o ex-prefeito contribuiu para a propagação do vírus ao diminuir linhas de ônibus e “entulhar” pessoas em ônibus.
Mais ataques no segundo bloco
Marcado por ataques mais diretos, o segundo bloco começou com Jordy lembrando da prisão de Neves e sobre processos a que responde. O pedetista se defendeu afirmando que todos os seus sigilos foram quebrados e foi absolvido pelo TJ e STJ, e partiu para o ataque lembrando da operação da PF na casa de Jordy no inquérito que investiga atos antidemocráticos.
“Você vai ser preso, vai ser julgado e preso pelos atos criminosos. Mas espero que tenha direito a ser ouvido como não tive”, disse Neves, que ainda acusou Jordy de envolvimento no escândalo do Ceperj, com nomeação da mulher.
“Você foi preso, chorou igual uma menina. Não é um homem imbatível. Você fala do Ceperj, que é do seu aliado Bacellar, mas não fala sobre a sua secretaria executiva que tem 17 subsecretários e mais de 200 assessores. Vocês lotearam a Emusa para fazer campanha pífia de governador”, disparou Jordy.
Enquanto Rodrigo Neves insistia em fazer o adversário afirmar que votou contra a Tarifa Social e seus aliados foram contrários à Moeda Araribóia, Jordy insistia em fazer Neves comentar o corte do benefício a mães atípicas, além de citar a investigação do TCE por irregularidades do programa.
Nas considerações finais, Neves agradeceu a maior votação que teve em eleições e focou no currículo do adversário: “Não podemos colocar nossa cidade na mão de um extremista despreparado”. Já Jordy pediu voto de confiança: “Essa campanha não é sobre um homem honesto e um ex-presidiário que fez da prefeitura um balcão de negócios. É sobre devolver Niterói aos niteroienses”.