O Rio de Janeiro liderou o ranking nacional de furto de energia em 2023. Segundo pesquisa da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), foram 11,27 milhões de MWH — 61% a mais do que os 6,98 milhões de MWH furtados em São Paulo, o segundo estado da lista.
O levantamento mostrou ainda que o volume de energia furtada em todo o Brasil no ano passado foi o maior registrado desde 2008 e daria para abastecer 13 estados e o Distrito Federal. No Rio, o volume furtado no ano passado equivale a 11% da energia gerada na Usina de Itaipu, a maior do país.
Perdas de energia
No mesmo período, de toda energia distribuída pela Enel, cerca de 25% se perderam, a maior parte justamente pelos “gatos”. A concessionária registrou 170 mil flagrantes de furto de energia na sua área de concessão, o que permitiu recuperar mais de 396 milhões de kWh de energia. Este volume seria suficiente para abastecer aproximadamente 167 mil residências por um ano, com consumo médio mensal de 197 kWh.
Entre os 66 municípios atendidos, Magé liderou a lista de furto, com quase 56 mil ocorrências e índice de 41,6% de perdas de energia. São Gonçalo veio na sequência, com 35 mil incidências e 38,4% de perdas, seguido por Araruama, com mais de 5 mil registros (29%) e Cabo Frio, com 4 mil flagrantes (24,3%).
Já a Light, segunda concessionária que cobre o estado, a cada 100 clientes regulares existem outros 34 que furtam energia no estado, o que acontece não só em comunidades, mas também em áreas nobres.
Na Barra da Tijuca e na Zona Sul, a Light registrou um aumento de 40% nas fraudes de janeiro a abril de 2024, na comparação com o mesmo período de 2023.
Furtar energia é crime previsto no artigo 155 do Código Penal, com pena de até oito anos de prisão.