O presidente do partido Solidariedade, Eurípedes Júnior, se entregou à Polícia Federal, em Brasília, e foi preso na manhã desde sábado (15). Ele era o principal alvo da operação Fundo no Poço, deflagrada na última terça-feira (12), e estava foragido desde então.
O objetivo da ação era desarticular organização criminosa responsável por desviar e se apropriar de recursos de aproximadamente R$ 36 milhões do fundo partidário e eleitoral de 2022. O montante era destinado ao partido PROS, que foi posteriormente incorporado ao Solidariedade.
“A PF confirma que Eurípedes Junior se entregou, na manhã deste sábado, na Superintendência Regional do Distrito Federal”, informou, em nota. O dirigente deverá permanecer no local até ser encaminhado ao sistema prisional, onde passará por audiência de custódia.
Os advogados de Eurípedes Júnior afiramam que ele “demonstrará perante a Justiça não só a insubsistência dos motivos que propiciaram a sua prisão preventiva, mas ainda a sua total inocência em face dos fatos que estão sendo apurados nos autos do inquérito policial em que foi determinada a sua prisão preventiva”.
O Solidariedade, atualmente, possui quatro deputados no Rio de Janeiro, sendo três estaduais e um federal. Na Alerj, estão Chico Machado, Felipinho Ravis e Giovani Ratinho. Já em Brasília, a cadeira fluminense é ocupada por Áureo Ribeiro.
Investigação
Por meio de Relatórios de Inteligência Financeira e da análise de prestações de contas de supostos candidatos, foram localizados indícios que apontam para existência de uma organização criminosa.
A quadrilha seria estruturalmente ordenada com o objetivo de desviar e se apropriar de recursos do Fundo Partidário e Eleitoral, utilizando-se de candidaturas laranjas ao redor do país. Além disso, a apuração apontou superfaturamento de serviços de consultoria jurídica e desvio de recursos partidários destinados à Fundação de Ordem Social (FOS), fundação do partido.
Os atos de lavagem, também de acordo com a PF, foram identificados por meio da constituição de empresas de fachada, aquisição de imóveis por meio de interpostas pessoas, superfaturamento de serviços prestados aos candidatos laranjas e ao partido.
Os envolvidos estão sendo investigados pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, furto qualificado, apropriação indébita, falsidade ideológica eleitoral e apropriação de recursos destinados ao financiamento eleitoral.