As articulações para o embarque do PT na equipe do prefeito Eduardo Paes (PSD) têm sido tocadas a 60 quilômetros de distância do Centro Administrativo São Sebastião. É em Maricá, com a mão de ferro de Washington Quaquá, que petistas põem na mesa as suas aspirações. Quaquá é deputado federal, vice-presidente nacional do partido e foi eleito para o terceiro mandato à frente da cidade. Tem o peso político de um orçamento anual de R$ 7 bilhões, turbinados por royalties do petróleo.
Petistas graudíssimos, porém, estão fora das conversas. Nada da deputada federal Benedita da Silva; da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco; do secretário de Assuntos Federativos do governo federal, André Ceciliano; do ex-deputado e presidente da Embratur, Marcelo Freixo; e do presidente municipal da legenda,Tiago Santana. Só por exemplo…
Paes, que de bobo não tem nada, pediu um documento oficial do PT com as indicações. Não quer correr o risco de fechar com uma corrente, e desagradar a todas as outras — que no PT, aliás, não são poucas.
As cartas que já estão na mesa
O desejo de Quaquá é emplacar o filho Diego Zeidan, agora na Secretaria de Habitação.
Mas também se movimenta para que Niquinho, o seu pupilo que alcançou apenas a vaga de segundo suplente de vereador, assuma o mandato na Câmara do Rio. Para isso, dois parlamentares eleitos precisam ir para o secretariado. Uma ideia seria Tainá de Paula, mulher mais votada da cidade — e que os petistas consideram “cota pessoal do prefeito” — retornar à Secretaria de Meio Ambiente e Clima. Com isso, a primeira suplente Luciana Novaes volta ao Palácio Pedro Ernesto.
O outro eleito que o grupo indicaria para o primeiro escalão da prefeitura é Marcio Santos, filiado ao PV e que faz parte da federação com o PT. Ele iria para a Secretaria de Desenvolvimento Econômico Solidário, pasta que já foi ocupada, nesta gestão, por Diego Zeidan. Marcinho, como é conhecido, busca mais espaço político para sua campanha a deputado estadual em 2026.
Na lista, está ainda o atual secretário de Assistência Social, Adilson Pires. Mesmo tendo eleito o sobrinho Felipe Pires vereador do Rio, Adilson seria indicado pelo grupo para uma pasta menor, a de Cidadania.
Desconforto
Petistas de quatro costados dizem que Tainá se afastou de Benedita, sua líder maior, para se juntar à articulação capitaneada por Quaquá. A saia-justa repercutiu. A própria Benedita já teria mandado recado ao partido, dizendo que Tainá não fala por ela.