O secretário municipal de Educação, Renan Ferreirinha, recomendou, com ironia, que uma professora se retirasse de uma reunião com profissionais da rede municipal. A discussão aconteceu durante um encontro, após a docente questioná-lo sobre a não efetivação de professores no Diário Oficial do município, dez meses após a conclusão do estágio probatório.
O vídeo foi divulgado nas redes sociais pelo Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação do Rio (Sepe-RJ). Em vez de responder à pergunta, Ferreirinha ironizou e disse que a profissional não era obrigada a estar ali, nem ser professora.
“Você está trazendo pontuações em um clima bastante bacana, alegre […]. Mas, sabe, professora, você não é obrigada a estar aqui. Pode muito bem levantar e seguir super tranquilo […]. Você não é obrigada a, por exemplo, nem a ser professora”, declarou.
O Sepe publicou uma nota de repúdio, afirmando que a Secretaria de Educação “mantém como prática não admitir críticas, não promover o diálogo verdadeiro e nem buscar soluções para os questionamentos sobre a real situação da rede municipal ou dos profissionais que nela trabalham”.
O que diz a secretaria
Em resposta, o secretário disse que “tem muito respeito pelo trabalho da professora”.
Eis a íntegra da nota:
“Quero deixar claro o respeito que tenho pelo trabalho da professora que conversou comigo no dia do evento. Inclusive, durante esta mesma fala, eu mesmo afirmei isso para ela, mas essa parte foi deliberadamente retirada do vídeo divulgado pelo SEPE, o qual deturpa a realidade para criar uma falsa polêmica, fazendo um recorte de vídeo no qual o contexto é retirado, exibindo-se apenas um trecho curto. Segue a outra parte do vídeo.
Preparamos com muito carinho um momento de acolhimento aos servidores, convocados por meio de concurso público pela nossa gestão. Desta vez, estavam reunidos por conta da aprovação no estágio probatório. Cabe lembrar que esse tipo de acolhimento aos servidores aprovados nunca havia sido realizado na Secretaria Municipal de Educação. Isso foi feito porque acredito profundamente na importância desse momento de diálogo com nossos profissionais — razão pela qual estive ali presente, com a maior satisfação.
A sequência da conversa registrada transcorreu de maneira respeitosa e esclarecedora, o que, obviamente, não interessa ao SEPE e, por isso, foi cortada do vídeo publicado.”
Ferreirinha já foi alvo de críticas
Em fevereiro deste ano, o secretário passou por uma saia justa durante um evento que tinha como objetivo a assinatura de um convênio entre a Secretaria de Educação e o Centro de Referência em Educação Especial Inclusiva (Crei). No entanto, o foco acabou sendo desviado quando uma mãe de uma criança atípica tomou o microfone e fez uma denúncia que seria contra a unidade.
A mulher, mãe de um aluno com necessidades especiais, expôs publicamente as dificuldades enfrentadas pelo filho em uma escola municipal do Rio, alegando que a diretora havia impedido o transporte escolar para seu filho, sem oferecer nenhuma justificativa plausível. Além disso, o filho teve dificuldades para retornar aos estudos porque a escola municipal que ele estava matriculado não contava com um mediador, profissional essencial para o apoio pedagógico inclusivo.
Após a tensão, o secretário esclareceu que disse à mulher que todo mundo está fazendo o seu melhor para promover uma educação especial na rede municipal e que qualquer problema deve ser atribuído a ele, pois é sua reponsabilidade resolver cada intercorrência que surgir, pois esta é sua obrigação a partir do momento em que prefeito Eduardo Paes (PSD) o atribui a função de secretário.
📚 Se isso aí é o máximo de respeito, imagina o mínimo…
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O secretário Ferreirinha só está repetindo o estilo do chefe. Quando Eduardo Paes tratou mal a então subprefeita de Jacarepaguá, Talita Galhardo — uma de suas maiores admiradoras — foi o mesmo enredo: desrespeito público, desgaste político e afastamento.
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Detalhe: Talita é filha de ex-vereador e, na época, casada com o comandante-geral da PM do Estado. Nem isso bastou para evitar o desprezo e o desdém com quem ajudou a construir seu governo.
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Agora, a história se repete com uma professora — desautorizada, constrangida e expulsa de uma reunião por fazer uma pergunta.
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Se é assim que tratam os aliados e os educadores, imagine o restante da população…
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🗣️ Arrogância não é política pública.
👎 Educação se faz com respeito, não com autoritarismo.
Falou tudo!!!! O padrão é esse aí…se quiser…
Era de ser esperar um secretário nervoso de um prefeito nervosinhooooo.
Essa cena foi registrada, mas as práticas desrespeitosas dentro da Secretaria Municipal de Educação são corriqueiras.
Falar que houve um corte não retira o teor do que foi dito, um secretário de educação que fala a uma professora concursada , o que ele não é, que ela não precisa ser professora e nem estar ali, é inadmissível! Um secretário de educação que esconde das mídias a realidade da rede em sua esmagadora maioria, que promove através de contratos a precarização da educação, que nega atendimento especial para alunos atípicos, que mente sobre a fartura de alimentos ofertado nas escolas, que transforma escolas em GETs onde não há sequer internet… É muita coisa que passamos além do resultado do PLC 186, que aumenta a carga horária sem que a categoria tenha reajuste salarial a uma década, e um VR de 12 reais dia trabalhado, é um assunto a forma como a gestão Paes trata a educação! A sequência Paes- Crivella – Paes – Paes está AFUNDANDO com a educação pública, adoecendo os funcionários públicos, e acrescento aqui os da saúde e serviços social, e agora se estende aos poucos para os garis… é inadmissível que isso continue. Ao mesmo tempo em que empresas privadas entram nas escolas para “medir desempenho”, instaura meritocracia no serviço público e oferta mil reais por mês para as gestões que cumprem metas, metas estas que são de adoecer o professor que a cada dia vem sofrendo mais desrespeitos até de alunos e responsáveis! Está muito complicado realmente!
Nada de novo no Fantástico Mundo do Maiseninha.
Eu, enquanto cidadã, quero que o Secretario, já que não está afim de responder a professora, seja afastado e exonerado, haja vista que desempenha sua função com muita desídia e desrespeito. Eu e todos nós o pagamos para trabalhar. Deboche ele usa na casa dele.