A Polícia Civil iniciou, na manhã desta terça-feira (17), a operação Menu do Crime, com o objetivo de desarticular uma quadrilha especializada em levar drogas, celulares e outros itens proibidos para presídios do Estado do Rio. O grupo utilizava quentinhas como disfarce para burlar a fiscalização do sistema penitenciário.
Coordenada pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco), a operação cumpre mandados de busca e apreensão em diversos bairros da capital e da Baixada Fluminense, incluindo o Centro, Barra da Tijuca, Recreio dos Bandeirantes, Jacarepaguá, Bangu, Ilha do Governador, Duque de Caxias e São João de Meriti.
Sobre as investigações
As investigações tiveram início em 2023, após agentes da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) flagrarem um motorista de van tentando entrar no presídio Nelson Hungria, em Bangu, na Zona Oeste, com marmitas adulteradas.
Na ocasião, foram apreendidos 20 quilos de drogas (entre maconha e cocaína), 71 celulares, 96 carregadores, 96 fones de ouvido, 19 chips de celular e três balanças de precisão, todos escondidos no veículo. Além do motorista, dois agentes da Seap foram presos por facilitar o esquema.
Agentes penitenciários colaboravam com o esquema
De acordo com a polícia, os criminosos aliciavam funcionários da empresa fornecedora das refeições para que deixassem de lacrar corretamente as quentinhas. Com isso, o motorista fazia desvios no trajeto até o presídio, onde as marmitas eram trocadas por outras contendo os materiais ilícitos.
Os lacres eram recolocados antes da chegada ao destino. Dentro das unidades prisionais, agentes penitenciários deixavam de realizar as vistorias obrigatórias, permitindo a entrada dos produtos proibidos.