A Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) lançará, na próxima quinta (22), o livro “Palácio Tiradentes: Arte e Política no Brasil Republicano”. O evento, em comemoração aos 200 anos da Constituição de 1824, a primeira do Brasil como um país independente, acontecerá, às 18h, no Salão Nobre do Tiradentes.
A obra oferece uma análise inédita da Primeira República brasileira (1889-1930) a partir da construção do Palácio, reformado para ser a sede da Câmara dos Deputados e inaugurado em 1926. Escrito por Douglas Libório, professor da Escola do Legislativo (Elerj), o livro destaca o papel do prédio como um símbolo do protagonismo parlamentar à época, e traz novos olhares para a relação entre arte, boemia e política ao se deter no Carnaval.
Entre os temas abordados, a publicação revela pesquisas inéditas que mostram a contribuição de artistas negros como Modestino Kanto e João Timótheo da Costa na decoração do prédio. Também é explorado o fato de que todos os envolvidos na ornamentação da fachada do Palácio tinham experiência na criação de carros alegóricos para o Carnaval carioca.
Função como parlamento
Outra curiosidade que pode ser conferida no livro é que até a construção de Brasília, o Palácio Tiradentes era a única sede que nasceu com a função de parlamento e mantém essa utilização nos dias atuais.
Destaca-se, também, o fato de o palácio ter presenciado diversos momentos de Getúlio Vargas – o político esteve na inauguração do histórico edifício como deputado federal pelo Rio Grande do Sul. Ressalta-se, ainda, a passagem que fala sobre a história da estátua de Tiradentes, que é a única obra em bronze da fachada e foi inspirada no monumento a Balzac de Rodin, em Paris.
Algumas relíquias da história do Palácio estão espalhadas pelo Brasil: no Museu da República encontra-se a pá de prata utilizada por Epitácio Pessoa para lançar a pedra fundamental do prédio; o livro da ata de sua inauguração está na Câmara dos Deputados, em Brasília; e há na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, da UFRJ, uma série de pranchas de Archimedes Memoria detalhando o planejamento do edifício.
Homenagem a Tiradentes
Irmão mais novo do Palácio Pedro Ernesto, a sede histórica da Alerj somente veio a se chamar Tiradentes em 1936, por um projeto de resolução de um parlamentar paulista. Ele quis ligar o parlamento ao passado do inconfidente, com o prédio sendo tombado pelo IPhan em 1993, por ocasião do Bicentenário da Morte de Tiradentes no ano anterior. Duas placas em mármore no palácio abordam essas datas.