O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou o deputado estadual Renato Machado (PT) por enriquecimento ilícito. As irregularidades teriam sido cometidas enquanto o parlamentar era presidente da Empresa Pública de Obras de Maricá, na Região Metropolitana do Rio.
Além disso, a Polícia Civil indiciou Machado por organização criminosa, desvio de dinheiro público, recebimento de vantagem indevida e lavagem de dinheiro. As informações foram divulgadas inicialmente pela TV Globo.
Machado teria comprado terrenos a baixos valores, utilizava a estrutura da Prefeitura para melhorar a região e depois vendia os lotes a preços mais caros.
Também de acordo com as investigações, a Prefeitura de Maricá comprava terrenos de pessoas ligadas ao deputado a preços maiores que o padrão de mercado.
Crescimento de patrimônio
De acordo com os relatórios da investigação, o patrimônio de Renato Machado saiu do zero para R$ 1 milhão no período de sete anos, entre 2014 e 2021.
Renato Machado era ajudante de pedreiro, ganhou notoriedade como pastor evangélico e fez carreira política em Maricá. O MPRJ avaliou o crescimento do patromônio do político como “indisfarçável” e “de maneira avassaladora”.
Uma das evidências apontadas pelo MP é a negociação de um terreno no bairro de Bambuí, em Maricá, cujo proprietário era um primo de Machado. O lote, registrado com o valor de R$ 500 mil, foi vendido por R$ 1,1 milhão à Prefeitura de Maricá.
Quebra de sigilo bancário apontou que o primo sacou R$ 150 mil em dinheiro vivo. O MP acredita que a quantia foi encaminhada a Renato Machado. Dessa forma, a Justiça aceitou denúncia e pediu o bloqueio de R$ 150 mil do deputado e R$ 486 mil do primo.
Outra acusação, esta da Polícia Civil, é de que Renato Machado exigiria 20% sobre valores pagos por obras públicas em Maricá. Inclusive, as investigações afirmam que, por conta deste falo, ele seria conhecido como “vintinho” na época que trabalhava na Prefeitura da cidade.
Réu por lavagem de dinheiro
Em fevereiro, a Justiça aceitou a denúncia do Ministério Público do Rio contra o ex-secretário de governo de Maricá e atual deputado estadual Renato Machado, contra o atual o secretário de Planejamento município, Leonardo Alves, e outras oito pessoas entre eles servidores, empresários e um engenheiro.
O grupo é suspeito dos crimes de associação criminosa, peculato, corrupção passiva e ativa, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica, em decorrência de desvio de recursos públicos de Maricá, destinados à construção do Hospital Municipal Dr. Ernesto Che Guevara.
Renato Machado, através de sua assessoria, afirmou que seu patrimônio é fruto de árduo trabalho desde a adolescência e que todo o histórico bancário e fiscal é de conhecimento das autoridades, não havendo nada desabonador. Diz ainda que a denúncia criminal ainda depende de análise da Justiça, que decidirá se a recebe ou não.
Já a Prefeitura de Maricá afirmou que preza pela transparência e pela eficaz aplicação dos recursos públicos e que está à disposição dos órgãos competentes para fornecer as informações necessárias de quaisquer fatos que envolvam a gestão municipal.