Como esperado, o atual prefeito do Rio e candidatado à reeleição, Eduardo Paes (PSD), foi o principal alvo dos outros quatro adversários que estavam no primeiro debate da eleição de 2024 no município, realizado na noite desta quinta-feira (08) pela TV Bandeirantes. “Pai da mentira”, “nervosinho”, “filho ingrato do Cabral”, “soldado do Lula” e “prefeito do Tik Tok” foram algumas apelidos criados, principalmente por Rodrigo Amorim (União), para atacar o alcaide.
O tema segurança pública abriu o primeiro bloco e o embate entre Alexandre Ramagem e Eduardo Paes. O candidato do PL questionou por que o prefeito não priorizou a área. Sem deixar por menos, Paes lembrou que a competência principal de cuidar da segurança é do governo do estado — comandado por Cláudio Castro (PL), correligionário e apoiador de Ramagem.
“O grupo político (dele) comanda a segurança pública e é incapaz de dar as respostas A pergunta que devolvo, ao aliado do Castro, amigo do secretário de segurança e do ex-governador Wilson Witzel é o que ele acha de indicação política para comando de batalhão, como acontece no governo do seu padrinho Castro”, retrucou Paes, que, em outros momentos, também jogou a batata quente da segurança para o governador.
Quando o tema foi Educação, Paes questionou Ramagem sobre privatização nas escolas. O deputado federal, por sua vez, trouxe o déficit de vagas creches afirmando que o prefeito poderia resolver o problema da fila se direcionasse os mais de R$ 100 milhões da verba destinada para pessoal do gabinete do prefeito para ter vagas em unidades conveniadas.
Negacionismo e espionagem ilegal
Ramagem também sofreu invertidas, e as principais vieram de Tarcísio Motta (PSOL). Primeiro a perguntar em tema livre, o psolista puxou o assunto da Covid-19 e escolheu o candidato do ex-presidente Jair Bolsonaro para responder: “A pandemia deixou 700 mil mortos, culpa do mito que você defende. É dessa forma negacionista que vai tratar a saúde do carioca?”.
Ramagem até tentou defender o governo do mentor dizendo que teve vacina para “todos que quiseram”, mas Tarcísio prosseguiu:
“Esse papo não engana, não sei se acredita que a vacina faz virar jacaré, ou em teoria conspiratória. Imagino que teoria que mais gosta tem chip de espionagem. De espionagem ilegal você entende. E o seu mito vai ser conhecido na história por ter negado a vacina e ter falsificado o cartão. Você também falsificou o cartão de vacina?”, questionou Tarcísio que, para aproveitar os segundos finais, celebrou:
“Viva o Zé Gotinha. Viva a ciência brasileira!”.
Amorim x Tarcísio
Outro embate à parte se desenhou entre Rodrigo Amorim e Tarcísio. Numa pergunta sobre o o combate à tuberculose, o bolsonarista encaminhou o pingue-pongue para o tema das drogas. Afirmou que o PSOL é o partido da “bancada da droga” e estimula o consumo e a marcha da maconha.
Ao ter o pedido de direito de resposta negado, Tarcísio usou o espaço de resposta da pergunta feita sobre municipalização dos hospitais federais para defender a legalização das drogas e o tratamento do tema como caso de saúde pública.
Depois que Amorim tentou voltar ao assunto, e até sugeriu que estaria disposto a fazer teste toxicológico, Tarcísio lembrou dos problemas das drogas permitidas.
“Meu pai foi alcoólatra, usava uma droga legalizada. Esse proibicionismo não resolve nada, mata pobre e preto, é caro e ineficiente. Essas figuras querem causar medo em você para continuar ganhando votos”, disparou, direcionando a fala ao telespectador.
Renuncia ou fica
Em dois momentos do debate, os adversários tentaram fazer o prefeito assumir o compromisso de governar até o fim do mandato, abrindo mão de disputar o governo do estado em 2026. Quando questionado por Marcelo Queiroz (PP) se ficaria, Paes garantiu: “Você sabe bem como eu gosto de ser prefeito, eu vou ficar os quatro anos. Isso é uma enorme honra para mim”.
Amorim, por sua vez, desafiou o prefeito a assinar um documento de compromisso público de que não vai renunciar, aproveitando a oportunidade para criticar a escolha de Eduardo Cavalieri como vice.
“Afinal, escolheu um ‘menine’ do grupo dele, mas sem ser o do coração”, cutucou, em referência a Pedro Paulo, que acabou preterido após as polêmicas envolvendo o vazamento de um vídeo íntimo.
Eduardo Paes é o Rio de Janeiro,!!
Não consigo imaginar o Rio de Janeiro sem o nosso prefeito, que é o Eduardo Paes,!!