O risco de perda de provas foi um dos principais motivos da Operação Verum, deflagrada nesta segunda-feira (14), contra responsáveis pela emissão de laudos falsos, que resultaram no transplante de órgãos infectados com HIV para seis pacientes do Estado do Rio. Um dos sócios do laboratório PCS Saleme e um funcionário foram presos, até o momento.
A juíza Flávia Fernandes de Melo, do Plantão Judiciário da Capital, ao proferir a decisão que emitiu os mandados, escreveu que conforme ressaltado pela autoridade policial, a medida é de caráter urgente, havendo risco de perda da prova. Foram emitidos pelo menos oito mandados de busca e apreensão, com a quebra de sigilo de aparelhos eletrônicos apreendidos.
“O periculum in mora extrai-se da necessidade de se apurar os fatos ocorridos com a maior brevidade possível para evitar o desaparecimento de elementos informativos relacionados aos serviços prestados pelo laboratório, de modo a esclarecer os procedimentos até então realizados, bem como preservar a vida de outros pacientes que estão aguardando o transplante”, escreveu.
Entre os alvos dos mandados estavam Walter Vieira, sócio do laboratório e tio do ex-secretário de Saúde Dr Luizinho, e Ivanildo Fernandes dos Santos, funcionário da empresa. Ambos foram presos durante as buscas. Entre os demais alvos de buscas está Matheus Sales Teixeira Bandoli Vieira, primo de Luizinho e um dos sócios do laboratório.
O laboratório, que possui contratos milionários com a Secretaria de Estado de Saúde, funcionava em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. As investigações foram conduzidas pela Delegacia do Consumidor (Decon) e indicam que os laudos, falsificados por um grupo criminoso, foram utilizados pelas equipes médicas, que foram induzidas ao erro e acarretou na contaminação dos pacientes.