Jingles eleitorais provavelmente não estão na playlist da população em geral, mas as “musiquinhas” dos candidatos muitas vezes são verdadeiros chicletes e grudam na cabeça do povo. Muitas delas marcaram época e até hoje são lembradas, por vezes com certo carinho.
Só que em 2024 há algo diferente. Cadê os jingles marcantes? Aquelas músicas criativas, feitas especialmente para convencer o nobre eleitor a dar seu voto? Na era das redes sociais, elas foram substituídas pelos “cortes”. Até há candidatos que usam jingles, mas em menor intensidade.
Este ano, boa parte dos candidatos optou por uma solução mais fácil: as paródias. A música “A Barreira vai virar Baile”, da torcida do Vasco, é a campeã. Cidades por todo o Brasil “vão virar baile” nas campanhas de alguns candidatos. Entre eles o próprio Eduardo Paes (PSD), do Rio, vascaíno notório.
Falando em Rio, se não há um jingle marcante na campanha deste ano, um trecho certamente já está bem conhecido. “Valeu, valeu, Marcelo Queiroz” é usado como assinatura em quase toda inserção do prefeitável do PP na TV e o fato de o horário eleitoral da capital passar na Globo, emissora de maior audiência, ajuda a popularizar.
O TEMPO REAL preparou uma “playlist” com alguns dos jingles mais comentados de campanhas na capital, estado e Brasil. Ah, e uma ressalva: a seleção não significa apoio a candidato A ou B, ela é baseada em comentários populares e pesquisa. Portanto, colocamos apenas jingles de políticos que não estão concorrendo este ano.
Fernando Gabeira (2008)
“O Rio de Gabeira, Gabeira, Gabeira…”. Com este jingle de melodia marcante, o jornalista Fernando Gabeira quase se elegeu prefeito do Rio, em 2008. Ele ainda utilizou novamente a canção na campanha para o governo estadual, em 2010, mas acabou vencido, no primeiro turno, por Sérgio Cabral.
Sérgio Cabral (2002)
É preciso admitir que, em suas campanhas, o ex-governador Sérgio Cabral sempre teve atenção especial com os jingles. Nesta seleção, um mais antigo, de 2002, quando ele foi eleito senador. Há quem até hoje lembre que “senador se escreve com S”.
Marcello Alencar (1994)
Outra canção bastante citada é o jingle de Marcello Alencar na campanha para o Governo do Estado, em 1994. Um dos mais criativos da época, apostava em trechos bastante poéticos para fisgar o eleitor. “Rio, mar, céu, Marcello. Meu Rio vem te chamar” é uma das partes mais lembradas.
Jorge Roberto Silveira (2008)
No “outro lado da Ponte”, em 2008, Jorge Roberto Silveira tentava voltar à Prefeitura de Niterói após seis anos. O pedetista, que já havia governado a cidade em duas oportunidades, queria fazer uma espécie de declaração de amor. Daí surgiu o jingle “é mesmo um caso de amor”, que ajudou o filho de Roberto Silveira a se eleger no primeiro turno.
Leonel Brizola (1989)
Leonal Brizola foi governador do Rio, mas é consenso que seu jingle mais marcante foi na campanha presidencial de 1989, quando ficou em 3º lugar, perdendo por pouco a vaga no segundo turno para Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Até quem não era nascido naquela época conhece o “lá, lá, lá, lá lá, Brizola”.
José Serra (2010)
Mais um caso de um jingle que marcou, mas seu candidato não necessariamente foi eleito. Dificilmente alguém não lembra do “Serra é do bem”, usado pelo candidato do PSDB à Presidência em 2010. O que o restante do Brasil provavelmente não lembra é que a música é reciclada: José Serra a usou na campanha para a Prefeitura de São Paulo, em 2004.
Luiz Inácio Lula da Silva (1989/2022)
Lula é mais um que teve diversos jingles marcantes, mas é impossível não citar o clássico “Lula lá”. Criado em 1989, quando o petista foi derrotado por Collor, foi o hit daquela eleição, tanto que retornou em 1994. Avançando no tempo até 2022, já numa época de jingles menos criativos e paródias, Lula recorreu ao “Lula lá” remodelado para vencer Jair Bolsonaro e retornar à Presidência.