O governo estadual encaminhou à Assembleia Legislativa (Alerj) um projeto pedindo a autorização para vender 48 imóveis. Segundo a proposta, a expectativa é arrecadar até R$ 1,5 bilhão. A medida é considerada uma das prioridades do estado para levantar verbas neste segundo semestre.
O “RJ2”, da TV Globo, fez um levantamento dos principais imóveis que estão na lista, na cidade do Rio. O principal deles é o terreno do antigo Batalhão do Leblon da Polícia Militar, avaliado em R$ 275 milhões. Ocorre que o Plano Diretor do Município impede a construção de grandes empreendimentos no local.
À reportagem, o governo afirmou que a venda só será concretizada se forem modificadas as restrições para construir no terreno. Cabe ressaltar que, para poder vender os imóveis da lista, a proposta precisa ser aprovada pelos deputados estaduais, no plenário da Alerj.
Outros imóveis da lista
Também constam na lista dois prédios do estado, nas ruas da Constituição e da Carioca, que atualmente são ocupados por pessoas sem-teto. Além disso, há um casarão abandonado na Lapa, que ficou conhecido como “bunker do tráfico” porque era usado por criminosos para vender drogas. A PM fechou o local em março.
Também estão na relação outros dois antigos batalhões da PM. O prédio do antigo Batalhão de Botafogo, na Rua São Clemente; além do terreno do antigo 13º Batalhão, na Praça Tiradentes, Centro da cidade.
Cinema e escola de música
Dois pontos polêmicos da proposta são o prédio do Cine Íris, na Rua da Carioca; e a Escola de Música Villa Lobos, na mesma região. Segundo a reportagem, o primeiro imóvel na verdade seria propriedade privada, pertencente a uma mesma família há cerca de 100 anos. Já em relação à escola, alunos e funcionários foram pegos de surpresa com a inclusão na lista.
Sobre a escola, o governo estadual disse ao “RJ2” que a ideia é vender apenas a parte comercial do imóvel e que o funcionamento do espaço será mantido.
Também estão na proposta a Ilha da Pombeba e o prédio da Fundação Ceperj, localizado na Avenida Carlos Peixoto, em Botafogo. O Ceperj, inclusive, é tema de uma ação sobre supostas folhas de pagamento secretas que têm como alvo o governador Cláudio Castro (PL), o ex-vice e atual conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Thiago Pampolha, e o presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar (União).
Os políticos foram absolvidos, no ano passado, pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE), mas o Ministério Público Eleitoral (MPE) recorreu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que ainda não marcou a data do julgamento.