Ao ler, neste domingo (24), trechos do relatório da Polícia Federal que levou à prisão dos irmãos Domingos e Chiquinho Brazão como supostos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, afirmou que a motivação do crime não teve um único fato. Ele citou que questões de “regularização fundiária, disputa de território e divergência sobre projeto de lei na Câmara levaram o grupo de oposição, ligado à milícia, a cometer o assassinato”.
“Ressaltamos a descontrolada reação de Chiquinho à atuação de Marielle na apertada votação do projeto de lei 174 de 2016, enterrada por um assessor. No mesmo sentido, apontam diversos indícios do envolvimentos dos Brazão, em especial de Domingos com atividades criminosas, incluindo as relacionadas com milícias e grilagem de terras. E por fim ficou delineada a divergência no campo político sobre questões de regularização fundiária e defesa do direito de moradia. Ela se opunha justamente a esse grupo que, na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, queria regularizar terras para usá-las com fins comerciais, enquanto o grupo da vereadora queria utilizar essas terras para fins sociais, fins de moradia popular”, disse Lewandowski, lendo o trecho do relatório.
Em coletiva iniciada às 14h deste domingo ao lado do diretor da PF, Andrei Rodrigues, o ministro afirmou que os “trabalhos foram dados como encerrados”. Ele ressaltou a rapidez decisória do ministro do STF Alexandre de Moraes em homologar a delação de Ronnie Lessa, o que permitiu a conclusão do relatório. Lewandowski disse ainda que Moraes retirou o sigilo dos documentos que embasaram a prisão dos suspeitos.
“É um triunfo expressivo contra a criminalidade organizada. E essa etapa mais importante da investigação foi vencida a partir da posse do novo governo, que colocou a PF à disposição. O crime organizado não terá sucesso nesse país porque temos uma polícia forte”, disse Lewandowski, enquanto o diretor da PF foi direto: “Hoje a resposta é enfática: são esses os autores!”.
O deputado federal Chiquinho Brazão (União), o conselheiro do Tribunal de Contas Domingos Brazão e o delegado Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil que teria atuado para proteger os irmãos, foram presos no Rio de Janeiro na manhã deste domingo. Ela passaram por exames médicos e serão levados em avião da PF para a capital federal. A previsão de chegada é às 16h30, e eles seguirão para o presídio federal de Brasília, onde ficarão à disposição do STF.
Alvos de medidas cautelares
O ministro detalhou ainda que, além da prisão, foram expedidas medidas cautelares contra outros investigados. São eles, Erica Andrade, esposa de Rivaldo; o delegado Giniton Lages, um dos responsáveis por investigar o assassinato pela DH; o policial civil Marco Antônio Barros e Robson Calixto, assessor do TCE.
As medidas consistem em busca e apreensão nas residências, locais de trabalho e veículos, com exceção do Congresso Nacional, aresto de bens, congelamento de contas bancárias, apreensão de documentos e uso de tornozeleira eletrônica. Eles também tiveram que entregar passaportes e estão proibidos de se comunicar com demais investigados. Os dois policiais tiveram o porte de arma e a função pública suspensos.
Além da operação para prender os mandantes, as investigações envolvem apuração sobre o crime organizado e obstrução de Justiça.
Delação
A operação para prender os mandantes ocorre dez dias depois de o caso ter “subido” para o STF e o ministro Alexandre de Moraes homologar a delação do ex-policial Ronnie Lessa, apontado como autor dos disparos. O também ex-PM Élcio Queiroz, que dirigiu o carro, e o ex-bombeiro Maxwell Simões Correia, apontado como responsável por monitorar as movimentações de Marielle, estão presos por participação no crime.
Esse ai esta perdido😂😂😂. Com essa declaração ; descobriu o brasil 😂😂😂😂. Perdidinho!!!!!