Apesar de caminhar lado a lado com o PL dos Bolsonaro, o União Brasil do Rio vai mesmo lançar, no próximo dia 27, a candidatura do deputado estadual Rodrigo Amorim a prefeito do Rio — “contra” o aliado Alexandre Ramagem (PL).
Unidos, ainda que separados, para esvaziar a possibilidade de reeleição do prefeito Eduardo Paes (PSD).
A estratégia ficou combinada em viagem do presidente estadual do União e da Assembleia Legislativa, Rodrigo Bacellar, a Brasília. De manhã, Bacellar esteve com o ex-presidente Jair Bolsonaro. À noite, jantou com o senador Flávio Bolsonaro e o presidente nacional do União, Antônio Rueda. A política do Rio e a formação de uma frente de direita esteve sempre na mesa de negociações.
Rueda ainda perguntou a Flávio se a candidatura de Amorim não atrapalharia a trajetória de Ramagem, e se a divisão não prejudicaria os planos da frente. O senador disse que a separação seria no início do processo eleitoral — para virar uma união ainda mais forte, mais à frente. “Uma questão de matemática”, disse.
Encontros mensais
Também ficou combinado que o grupo vai se encontrar sempre de agora em diante. Para evitar ruídos na comunicação — como aconteceu em Campos dos Goytacazes, reduto de Bacellar, onde Flávio decidiu pelo apoio à reeleição de Wladimir Garotinho (PP), adversário histórico do presidente da Assembleia Legislativa.
O lançamento oficial da candidatura de Amorim, que seria no próximo dia 17, foi adiado por uma questão de agenda.
Rodrigo Amorim é aquele que aparece na foto com Wilson Witzel (cassado) e Daniel Silveira (preso) comemorando o planejado assassinato de Marielle Franco quebrando a placa em sua homenagem. Atitude apreciada pelos Bolsonaro. Sem surpresas.