A Câmara do Rio aprovou, nesta terça-feira (23), o projeto do executivo que abre uma exceção na legislação e permite à operadora de saúde Prevent Senior a instalação de um hospital no antigo prédio da IBM, na Avenida Pasteur, em Botafogo. E, já que a porta estava aberta, os vereadores Wellington Dias (PDT), Doutor Gilberto (SDD), Júnior da Lucinha (PSD) conseguiram aprovar uma emenda, para que as mesmas regalias sejam estendidas a outras instituições públicas ou privadas de saúde em toda a IV Região Administrativa, que abrange os bairros de Botafogo e do Humaitá.
O texto original foi aprovado por 39 votos favoráveis e 5 contrários — em segunda e última discussão. Apesar de o governo torcer o nariz para a emenda, ela conseguiu 32 votos em plenário. Só oito nobres ficaram contra a abertura para outras unidades.
A turma entendeu que, assim, o projeto enviado à casa pelo prefeito Eduardo Paes (PSD) ficaria mais justo. Ou não pode nada para ninguém ou abre tudo para todo mundo.
Liberação da Prevent Senior e outras unidades de saúde contraria Plano Diretor
A proibição de construção de novas unidades de saúde no bairro consta do novo Plano Diretor da cidade — e foi um dos pontos mais negociados entre parlamentares e moradores. Entre os motivos da vedação estariam os constantes engarrafamentos nas principais vias de Botafogo, em parte provocados pela grande quantidade de escolas e hospitais instalados nas redondezas.
Para não agravar a situação, o documento que rege o desenvolvimento da cidade pelos próximos dez anos permite apenas novas unidades veterinárias — ou que não prevejam a internação de pacientes.
Moradores chegaram a protestar contra a nova unidade
O PLC 187/2024, que chegou à Câmara do Rio em novembro, no entanto, abriu exceção para este prédio e para a Prevent Senior. A associação de moradores do bairro protestou contra o projeto.
Paes reagiu e afirmou, nas redes sociais, que as ruas Mena Barreto e Voluntários da Pátria — as mais congestionadas do bairro — não sofreriam o impacto de uma unidade de saúde na Avenida Pasteur. E disse, na ocasião, esperar que “nenhuma empresa de saúde esteja querendo impedir a construção de mais um hospital para não ter concorrência”.
“Se é que me entendem! Estou atento!”, disse o prefeito.
Se fosse uma questão de concorrência, agora está liberado. A Câmara abriu para todo mundo.