Depois das tretas em séries e cansado de apanhar nas redes desde que anunciou o apoio ao prefeito Eduardo Paes (PSD), o deputado federal Otoni de Paula (MDB) passou a fechar o espaço para comentários nas postagens em que defende o mais novo aliado.
Seja nos vídeos nos quais argumenta que Paes não é de esquerda, analisa o primeiro debate entre candidatos à Prefeitura do Rio ou defende a escolha de Eduardo Cavaliere para vice. Todos estão sem opções de comentários. Até um post sobre seresta gospel em Conservatória, que ficou no meio do conteúdo político, foi trancado.
Mas o moderador continua com trabalho.
Nesta segunda-feira (12), Otoni publicou um vídeo cantando um louvor e questiona: “você já declarou seu amor por Jesus? Ao permitir interações, os haters acharam um espaço para atacar: “Você se vendeu ao sistema? Como pode estar na campanha de Eduardo Paes? Vai perder as próximas eleições”, disparou uma seguidora.
A restrição às interações ocorre justamente meses depois do deputado ter suas redes reativadas. Por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), Otoni passou dois anos com todos os seus perfis bloqueados. Ele foi acusado de incitar violência contra as instituições para o feriado de 7 de setembro, em 2021.
Briga com Malafaia, Clarissa, Garotinho e Cunha nas redes
Tudo em menos de 24 horas.
A treta começou quando o deputado decidiu comentar, com um post no X, ex-Twitter, uma entrevista na qual Malafaia lembra que é amigo de Eduardo Paes há anos, mas que ficará quieto no primeiro turno do Rio e não vai apoiar ninguém, porque o prefeito “deu uma guinada para Lula”.
Otoni disse: “Seria Malafaia o mais novo traidor da direita? Claro que não”. Em outra postagem, continuou, lembrando que o pastor “já fez ataques pesados ao ex-presidente Jair Bolsonaro”, e que “fez críticas ácidas a irmãos nossos, que depois com o tempo, que amadurece a todos nós, passaram a fazer parte do seu rol de amigos”.
O pastor reagiu energicamente, dizendo que o deputado “perdeu a oportunidade de ficar calado”, e que sua posição em relação a Paes é “terrivelmente diferente” da posição de Otoni, que “sempre chamou o prefeito de ladrão, corrupto e incompetente”.
Já a confusão com os Garotinho e Cunha foi conquistada numa postagem só. Otoni disse que não está “criticando a campanha de Ramagem por ter o ex-governador Garotinho e o ex-deputado Eduardo Cunha, os quais respeito, em seu palanque”. E completou. “É claro que nos anos de delegado, caso houvesse uma operação contra esses políticos, caberia ao delegado Ramagem prendê-los. Mas o delegado agora é político, e como político, precisa construir alianças”.
Clarissa não engoliu. “O que me espanta é você, que costumeiramente frequenta a casa do meu pai, vai lá pedir conselhos políticos, pede até para ele escrever discursos para você… Quantas vezes você foi lá fazer orações, dizer que é testemunha das covardias que ele sofreu e agora diz que ele tinha que ser preso?”, protestou a ex-deputada, num comentário.