Uma audiência, na manhã desta terça-feira (18), vai discutir denúncias de funcionários contra a empresa Mobi Rio, que administra o BRT. O encontro, entre o Sindicato dos Rodoviários e a empresa, terá mediação do Ministério Público do Trabalho (MPT).
Trabalhadores afirmam terem sofrido assédio moral, constrangimento ilegal, abuso de poder e excesso de jornada. Além disso, Sebastião José, presidente do sindicato, diz que a Mobi Rio já realizou 70 homologações para dispensa de motoristas o que, de acordo com ele, não tem nenhum valor pois, acima de 10 homologações, seria necessária a realização de um acordo coletivo.
“Por esse motivo que pedimos a intervenção do MPT. Existem profissionais que trabalhavam 15 e até 20 anos em uma empresa e que pediram dispensa para trabalhar na Mobi Rio e agora estão arrependidos. O sindicato não irá tolerar nenhuma situação que caracterize exploração dos profissionais que atuam em uma empresa considerada modelo na área do transporte urbano, mas se transformou em um verdadeiro pesadelo”, disse.
Denúncias contra a Mobi Rio
Sebastião afirmou também que, desde o ano passado, a direção do sindicato vem recebendo denúncias dessas possíveis irregularidades cometidas pela empresa. O presidente da entidade explicou que duas videoconferências foram realizadas e a empresa se comprometeu em enviar os documentos solicitados pelo sindicato.
Contudo, até então, o líder sindicalista explica que nada foi enviado. Sebastião ressaltou que, hoje, 23 mil motoristas estão empregados no setor de transportes, sendo aproximadamente 3,7 mil profissionais como motoristas, fiscais, operadores e mecânicos que atuam no BRT.
“Eles alegaram que não poderiam enviar a documentação baseados na Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). Porém essa lei abre uma exceção para o sindicato por ser órgão fiscalizador da categoria, já que não podemos apurar irresponsabilidades sem ter acesso a documentação. Essa alegação, na verdade não procede, pois estamos solicitando apenas guias ministeriais e dados operacionais por amostragem, e não dados completos da empresa”, explicou o presidente.
O que diz a Mobi Rio
Em relação ao caso, a Mobi Rio diz que mantém os canais de comunicação abertos com os colaboradores e com o sindicato, e apesar de confirmar que vem realizando reuniões com a entidade desde o final do ano passado, afirma que as acusações dos rodoviários não procedem.
“A acusação de demissão em massa não procede, em hipótese alguma. A Mobi-Rio tem quase 4 mil pessoas em seus quadros. Tal situação já foi plenamente esclarecida junto ao sindicato. Até o momento a empresa não recebeu nenhum caso concreto sobre as supostas denúncias”, afirma.