O Projeto de Lei Complementar (PLC) 186/2024, que muda o estatuto do servidor municipal, não só dividiu a Câmara do Rio, mas também escancarou um racha na esquerda carioca. Tradicional aliado dos servidores, o PT agora enfrenta o custo político de ser governista.
Tainá de Paula (PT), que votou a favor do projeto aprovado em primeira discussão ontem (3), virou alvo de críticas. A petista justificou sua posição, argumentando que as emendas que apresentou vai preservar direitos conquistados pelos trabalhadores. A turma do PSOL não concorda: afirma que, sem aval do prefeito Eduardo Paes (PSD), as emendas cairão na Justiça por vício de iniciativa.
Tainá rebateu, num áudio que circula nas redes.
“O PSOL não ajudou em nada nesse debate. Não se dedicou a construir uma mesa de negociação, não estimulou os sindicatos a fazer as emendas” criticou.
O discurso, agressivo, mostra como a pressão tem sido pesada. Hoje (4), a petista limitou os comentários em suas redes sociais. O vereador Edson Santos (PT) também não escapou do desgaste.
Enquanto isso, o PSOL, que votou contra o PLC, acusa os petistas de “levantar cortinas de fumaça”.
O PT apresentou dez emendas ao projeto, que será votado em segunda discussão amanhã (5). O PSOL protocolou 15.
“Estou muito tranquila, muito satisfeita com a movimentação do PT, e principalmente muito segura que essa nossa mobilização vai dar certo” afirmou a vereadora em nota para o TEMPO REAL.
Se vendeu por cargos na prefeitura.
Essa vereadora faz política de olho em seu futuro e sem qualquer compromisso com o PT e suas pautas históricas. Nada garante que, para ocupar outros espaços de representação política mais à frente, permaneça no PT. Não me surpreenderia se mais à frente fosse parar em um partido de centro.