Diretor de investimentos do Rioprevidência é exonerado; Guerra Leal havia assumido no mês em que começaram os aportes no Banco Master

O diretor de investimento interino do Rioprevidência, Pedro Pinheiro Guerra Leal, foi exonerado nesta quarta-feira (03). Ele era responsável pelos investimentos do fundo previdenciário desde agosto deste ano. A medida segue a recomendação do Ministério Público do Rio de exonerar os gestores envolvidos com os grandes aportes no Banco Master.

O fundo de pensão de mais de 230 mil servidores do Rio fez, segundo o Tribunal de Contas (TCE), aplicações acima de R$ 2,6 bilhões em instituições ligadas ao Master, sendo R$ 960 milhões em letras financeiras emitidas pelo próprio banco entre outubro de 2023 e agosto de 2024, apesar de alertas sobre os riscos da operação.

Guerra Leal entrou no lugar do ex-diretor Eucherio Lerner Rodrigues no mesmo mês em que o Rioprevidência começou a investir nas letras financeiras do Master.

O afastamento Guerra Leal foi publicado nesta manhã no Diário Oficial do Executivo. A medida, assinada pela Secretaria da Casa Civil, foi pedida pelo MP para “proteger o patrimônio previdenciário do Estado e recuperar eventuais perdas decorrentes da liquidação extrajudicial do Banco Master”, de acordo com informações do “Valor Econômico”.

Além da exoneração, MP recomendou abertura de processo administrativo

O Ministério Público também recomendou que o governo abra um processo administrativo para apurar a conduta de gestores, consultores e integrantes dos comitês que autorizaram ou mantiveram os investimentos do Rioprevidência no Banco Master.

As recomendações foram enviadas ao Palácio Guanabara na quinta-feira (26), com prazo de dez dias para que os órgãos respondam quais medidas serão tomadas. O MP alertou que o descumprimento pode gerar ações administrativas e judiciais.

Nesta segunda-feira (01), a Procuradoria-Geral do Estado criou um grupo de trabalho para analisar que providências administrativas e judiciais podem ser adotadas em relação ao Rioprevidência.

Os aportes ao Master também são investigados pelo MP e pela Polícia Federal.