A polêmica está na ordem do dia da Câmara de Vereadores do Rio. Um projeto da vereadora Marielle Franco, criando um Programa de Atenção Humanizada ao Aborto Legal, foi incluído na pauta pela sua viúva, Mônica Benício (PSOL).
Apesar de seguir a legislação nacional sobre o tema — com diretrizes para dar suporte às mulheres que passam pelo aborto legal e juridicamente autorizado — até os pombos que ciscam na Cinelândia sabem que o tema não passará em branco.
O vereador Rogério Amorim (PL) já começou a amealhar votos para rejeitar a proposta. Rogério é irmão do deputado bolsonarista Rodrigo Amorim (PTB), famoso por ter quebrado, na campanha de 2018, a placa em homenagem à parlamentar assassinada.
Como contraponto, o vereador ainda protocolou o projeto 2250/2023, que insere a Marcha Pró-Vida, de movimentos anti-aborto, no calendário oficial da Riotur.
No ano passado, a pauta foi travada no velho Palácio Pedro Ernesto por uma proposta similar à de Marielle, mas ainda mais simples, prevendo apenas a afixação de cartazes nas unidades de saúde sobre os casos de aborto autorizados pela legislação brasileira. Imagine agora, que o projeto tem dezenas de artigos e incisos — e chega à votação em ano eleitoral!