Depois de autorizarem o projeto de reforma do estádio do Vasco, os vereadores do Rio também aprovaram a criação do Autódromo Parque de Guaratiba, na Zona Oeste. A matéria, que recebeu 35 votos favoráveis, cinco abstenções e um contrário, agora segue à sanção do prefeito Eduardo Paes (PSD), que já havia anunciado que o projeto será financiado com recursos privados.
De autoria do Poder Executivo, a proposta estabelece um trecho situado próximo à estação de BRT Mato Alto, entre a Avenida Dom João VI e a Estrada da Matriz, como local de construção. O projeto ainda determina diversas intervenções na região, como a criação de novas estações de BRT e incentivo a atividades culturais e shows quando não estiverem acontecendo corridas.
A medida prevê ainda a realização de uma Operação Urbana Consorciada e estabelece mecanismos legais para obtenção de arrecadação de investimentos financeiros. Isso ocorrerá por meio da Transferência do Direito de Construir (TDC), de modo a permitir que a iniciativa privada direcione os recursos para a execução de seus objetivos e contrapartidas.
“O Rio não pode ficar de fora do universo do automobilismo, que movimenta mais de R$ 1 trilhão no mundo todo por ano. E a cidade do Rio precisa cumprir o compromisso assumido nas olimpíadas e ter o seu autódromo. É um equipamento que movimenta a economia, traz empregos e também proteção ambiental para Guaratiba”, disse o presidente da Câmara, Carlo Caiado.
Entre as emendas aprovadas está a destinação de um lote para construção de uma unidade de educação infantil e outro espaço para criação de um equipamento de esporte e lazer com livre acesso à população, ambos com com acesso pela Estrada da Matriz.
Financiamento privado
Em vídeo postado no último dia 29, o prefeito Eduardo Paes (PSD) anunciou que o Autódromo Parque de Guaratiba será construído em parceria com a iniciativa privada. “Sem recursos do IPTU, ISS, sem tirar dinheiro da Saúde e Educação”, garantiu.
Ao destacar a importância do projeto para a economia, turismo e preservação do meio ambiente, o prefeito destacou que o Autódromo Parque será usado ainda como área de lazer. “Vai ser mais do que uma pista, será um aliado na preservação, um equipamento guardião”, prosseguiu.
Projeto da área
De acordo Sérgio Dias, engenheiro que havia apresentado a proposta na Câmara, o projeto do Autódromo de Guaratiba inclui um plano de replantio, e a manutenção de uma área de preservação permanente e um manguezal em cerca de 43 mil metros quadrados da área, que totaliza pouco mais de 2 milhões de metros quadrados.
O primeiro esboço da pista conta com um traçado de 5,020 km de extensão, 5 mil metros quadrados destinados para a área dos boxes, com 23 garagens, outros 3,981 mil metros quadrados para o paddock. A previsão é que as arquibancadas tenham capacidade de receber até 18,6 mil pessoas.
12 anos sem autódromo
Tema de diversas audiências públicas e reuniões, o projeto supre uma demanda antiga na cidade. O Rio de Janeiro está sem uma pista para competições de automobilismo desde 2012.
“Dada a relevância do Rio de Janeiro no cenário esportivo mundial, e principalmente como ponto turístico nacional, existe a carência de um novo autódromo na cidade que possa receber grandes eventos internacionais novamente”, argumentou a prefeitura na justificativa da proposta.
A construção de autódromos vai de encontro à atual tendência mundial. As principais categorias do esporte a motor têm priorizado pistas de rua, através de estruturas móveis, como, por exemplo, o Grande Prêmio de Las Vegas, de Fórmula 1, nos Estados Unidos. Por outro lado, pistas permanentes têm sido demolidas, como o autódromo de Fontana, nos Estados Unidos, onde Gil de Ferran sagrou-se campeão da Fórmula Indy, em 2000.