O governador Cláudio Castro (PL) prometeu à base uma reforma do secretariado ao fim das eleições de outubro de 2024, já levando em conta a nova correlação de forças políticas do estado. Primeiro, adiou para depois da reunião do G-20. Em seguida, para quando a nova mesa diretora da Assembleia Legislativa fosse eleita, em fevereiro. Mas, estamos no Rio de Janeiro… Então, resolveu esperar passar a ressaca pós-carnavalesca. A Semana Santa já se foi; o Dia de São Jorge e o show de Lady Gaga também.
Nada surpreendente para um governo que está oficialmente, desde janeiro — quando Doutor Serginho assumiu a Prefeitura de Cabo Frio — sem um líder para chamar de seu no legislativo.
A última notícia agora é a de que Castro — que estará de volta amanhã, depois de seis dias em Nova York — vai “mudar tudo” na próxima segunda-feira (19).
E é “mudar tudo” com upgrade, porque inclui enviar para a Assembleia a indicação de seu vice, Thiago Pampolha (MDB), para o Tribunal de Contas do Estado. A vaga será aberta com a aposentadoria compulsória do conselheiro José Maurício Nolasco exatamente na segunda.
Desta vez, o combinado sai caro, porque a indicação abre o caminho para a composição PL-União-PP-MDB para as eleições de 2026 — e isso não é pouca coisa. Com o acordo alinhavado e costurado, o presidente da Assembleia, Rodrigo Bacellar (União Brasil), inclusive, já anunciou sua pré-candidatura ao governo do estado na última reunião do colégio de líderes, nesta quarta-feira.
Se — como destacam os deputados, se — Castro enviar a indicação, Pampolha será sabatinado em tempo recorde, para o plenário aprovar seu nome em votação já na próxima quarta-feira.
Desconfiança com Castro é a tônica na Assembleia
Mas, dado o histórico titubeante do dono da caneta, onze em cada dez deputados juram que só vão acreditar quando chegar o documento.
Afinal, para usar uma expressão da vida real a que o carioca está mais do que acostumado, na política também só “vale o escrito”.