O suspeito de matar o assessor parlamentar da vereadora Vera Lins (Progressistas), Marcelo dos Anjos Abitan da Silva, de 49 anos, no último domingo (19), é um policial civil. A informação foi confirmada pela própria corporação. O crime aconteceu na Barra da Tijuca, Zona Oeste da cidade.
De acordo com o portal G1, trata-se de Raphael Pinto Ferreira Gedeão. Ele seria irmão do tenente da Polícia Militar Fellipe Pinto Ferreira Gedeão, preso suspeito de ligação com a milícia Luiz Antônio da Silva Braga, o Zinho.
A publicação informou que o agente atirou três vezes contra Marcelo, sendo que dois tiros teriam sido pelas costas. O caso é investigado pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC).
Ainda de acordo com a Polícia Civil, autoridade policial representou pela prisão dele e diligências seguem para localizá-lo. A instituição ainda disse que não compactua com quaisquer desvios de conduta, cometimento de crimes ou de abuso de autoridade praticados por seus servidores.
“A Delegacia de Homicídios da Capital realizou perícia no local e analisou imagens de câmeras de segurança da região. A investigação está em andamento e seguirá obedecendo os trâmites da legislação vigente”, complementou a Civil.
Os advogados do suspeito disseram ao G1 que ““imediatamente após o ocorrido, o investigado entrou em contato com os órgãos de segurança, a fim de diligenciarem ao local dos fatos e prestarem o devido auxílio à vítima” e que o agente “inclusive colocou-se à disposição da autoridade policial para eventuais esclarecimentos sobre os fatos”.
Memória
De acordo com as investigações, Marcelo chegava ao ao Hotel Wyndham, na Avenida Lúcio Costa, onde estava hospedado com a família. Eram 2h30 da madrugada, e um carro, mal parado, impedia o acesso à garagem. Ele buzinou. O motorista do carro desceu armado e disparou pelo menos cinco tiros.
Paulo Cesar Acherman, sobrinho do assessor parlamentar, prestou depoimento na Delegacia de Homicídios da Capital. Ele contou que estava passando férias com os tios, Marcelo e a mulher, desde o réveillon. O casal estava em um quarto do hotel, enquanto ele, a namorada e o primo Mateus, filho de Marcelo, ocupavam outra suíte.
Na madrugada, Paulo ouviu um som contínuo de buzina. Ele foi até a varanda, mas não conseguiu ver o que estava acontecendo e voltou para a cama. Logo após se deitar, o sobrinho de Marcelo ouviu cinco tiros. Paulo, a namorada e o primo correram até a varanda. Como estavam no 14º andar, apenas perceberam que a confusão envolvia uma picape prata e um carro preto logo atrás. Mas eles não reconheceram o veículo do tio, uma Sportage preta. Decidiram descer até a portaria do hotel, pois sabiam que Marcelo, que também era dono de uma loja de brinquedos em Madureira, costumava trabalhar até tarde.
No entanto, ficaram à distância, observando a movimentação, e imaginaram se tratar de um assalto envolvendo outra pessoa. Pouco tempo depois de voltar ao quarto e se deitar, ele ouviu a porta bater. Era Mateus, o filho da vítima, saindo. Paulo desceu logo em seguida, acompanhado da namorada, e encontrou a mulher de Marcelo, sentada ao lado do corpo da vítima, junto com Mateus. Foi só aí que entendeu que seu tio havia sido assassinado.
O corpo de Marcelo foi removido às 6h30 e levado para o Instituto Médico Legal (IML), no Centro. Em nota, a vereadora Vera Lins lamentou o ocorrido.
“Estou muito triste com o ocorrido. Marcelo era um homem de bem, que ajudava a quem precisava. Ele deixa esposa e um filho adolescente, vítima da impaciência de pessoas que se acham acima de qualquer situação. Uma grande perda. Que Deus conforte sua família”, declarou a vereadora.