A Justiça do Rio aceitou denúncia do Ministério Público (MPRJ) e tornou réus por tentativa de homicídio qualificada o rapper Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, conhecido como Oruam, e seu amigo Willyam Matheus Vianna Rodrigues Vieira.
O artista está preso desde o último dia 22 por associação ao tráfico de drogas e outros seis crimes. A decisão é da juíza Tula Correa de Mello, da 3ª Vara Criminal.
Sobre a acusação
Segundo o MPRJ, os dois teriam arremessado pedras contra policiais civis no dia 21, durante uma confusão ocorrida na residência de Oruam, no Joá, Zona Oeste do Rio, enquanto os agentes cumpriam um mandado de busca e apreensão. O mandado era contra um menor procurado por tráfico e roubo.
Um vídeo anexado ao processo mostra Oruam esmurrando o carro dos policiais no momento da confusão. Conforme a denúncia, ele e outros suspeitos lançaram pedras de até 4,85 kg de uma varanda situada a 4,5 metros de altura. Um policial foi atingido nas costas, e outro precisou se proteger atrás da viatura.
Argumento do MPRJ
O MPRJ afirma que os réus agiram com dolo eventual, ou seja, assumiram o risco de matar, e que os ataques foram motivados pelo ódio à presença policial. A promotoria também ressalta que o cantor publicou nas redes sociais mensagens que incitavam a violência contra os agentes. O caso pode ser enquadrado na Lei dos Crimes Hediondos.
Antes, Oruam já respondia a sete crimes relacionados à mesma confusão. Ele se entregou à polícia no dia 22 após a prisão decretada pela Justiça e era acusado por tráfico de drogas, associação ao tráfico, resistência qualificada, desacato, dano qualificado, ameaça e lesão corporal.
Defesa contesta acusação
A defesa de Oruam afirma que ele não atentou contra a vida de ninguém, e que isso será esclarecido nos autos do processo. Eles expressam surpresa pela abertura de um inquérito por tentativa de homicídio, já que o caso anterior tratava de lesão corporal, cuja perícia concluiu que a suposta lesão no policial não ofereceu risco de vida.
Segundo a assessoria do artista, Oruam agiu em legítima defesa, jogando pedras contra veículos descaracterizados somente após ter sido ameaçado de morte com armas de fogo, além de sofrer agressões físicas e ter sua casa revistada sem resistência ou justificativa legal.
A defesa também destaca que Oruam se entregou às autoridades e denuncia que a ação policial contra ele foi marcada por violações legais, como ausência de mandado válido, uso de veículos descaracterizados e operações fora do horário permitido.