Um esquema de manipulação de mandados de prisão e dados judiciais é alvo de uma operação que a Polícia Civil realiza em Cabo Frio, na Região dos Lagos, na manhã desta quinta-feira (18). As investigações apontam que o grupo criminoso cobrava cerca de R$ 3 mil para invadir sistemas públicos e ocultar mandados para beneficiar criminosos ligados à facção Comando Vermelho.
Até às 7h40, pelo menos três pessoas haviam sido presas — dois em Cabo Frio e um em Minas Gerais. A identidade dos alvos da operação não foi divulgada.
Além de manipular mandados de prisão, a quadrilha também usava o mesmo esquema para ocultar registros de multas de trânsito e débitos de IPVA, segundo as investigações. O grupo também é acusado de extorquir os “clientes” que contratavam o serviço ilegal, ameaçando inserir novos mandados contra eles nos sistemas do governo.
Criminosos tem acesso ao BNMP e divulgam ocultação de mandados de prisão nas redes
Os alvos da operação desta manhã divulgavam o serviço ilegal em redes sociais. Com base nessas postagens, a Polícia identificou um esquema de uso de credenciais fraudulentas para acessar o Banco Nacional de Medidas Penais e Prisões (BNMP).
Lá, eles não conseguiram remover o mandado de prisão, mas alteravam informações sobre os alvos de cada ordem judicial — o que dificultava a execução desses mandados. Eles são acusados de manipular tanto ordens judiciais racionais como mandados da Justiça Federal.
Criminosos do CV seriam os principais “clientes” beneficiados, segundo as investigações. A Polícia apura a relação entre os acusados em Cabo Frio e criminosos de MG, já que a investigação aponta movimentação financeira dos valores obtidos com o serviço que se conecta com o estado vizinho. Até o início da operação, não havia indícios de envolvimento direto de servidores públicos.

