A votação da polêmica PEC 65 na Comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal foi mais uma vez adiada, e só deve voltar à pauta após as eleições, segundo o próprio presidente da comissão, Davi Alcolumbre, no início da sessão desta quarta-feira.
A PEC, que trata da autonomia financeira, entre outras, do Banco Central, foi bastante debatida no primeiro semestre pela comissão, e muito criticada não só pela base do governo como pelos especialistas ouvidos na audiência pública realizada no Senado Federal.
A votação vem sendo adiada semana após semana. A expectativa do governo e dos servidores do BC é que o tema só volte a ser debatido após a posse do novo presidente. O atual, Roberto Campos Neto, deixa o cargo no final do ano, e deverá ser substituído por Gabriel Galípolo, nome já indicado pelo presidente Lula.
“Não faz o menor sentido que uma pauta tão importante para o país seja votada às pressas neste fim de ano. A grande maioria dos servidores é contra a PEC. O presidente Lula parece ser contra a PEC. A favor, temos o presidente que está de saída e parte do mercado financeiro. A questão é que o Banco Central não funciona em razão do mercado, mas, sim, do país. O ideal é que o tema volte a ser discutido na gestão do futuro presidente”, defendeu Sergio Belsito, presidente da Seção Regional Rio de Janeiro do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central do Brasil.