Nunca antes o plenário da Assembleia Legislativa esteve tão cheio — de gente, e de votos. O calor humano era tamanho, que o ar condicionado do Palácio Tiradentes mal deu conta em tarde de unanimidade. Todos os 70 deputados estaduais votaram na chapa encabeçada por Rodrigo Bacellar (União Brasil) — inclusive os da oposição, alguns até com surpreendente empolgação.
Só pra dar um susto
Doutor Pedro Ricardo (PP) votou na segunda chamada. Na primeira, estava desaparecido. Mas o moço, que de bobo não tem nada e deve ganhar a presidência da Comissão de Saúde, correu para justificar a ausência. “Foi só para dar um susto”, disse, com um sorriso amarelo.
Depois que Bacellar conseguiu até o voto do PSOL, só faltava um aliado esquecer de votar e colocar a unanimidade no lixo.
Mimo
Todos os deputados receberam uma caixinha com laçarotes azuis e fotos impressas da confraternização de fim de ano. E os registros dos momentos que protagonizaram, em plenário, nos últimos dois anos.
Tudo bem, era chapa única e a regra não foi feita pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Os brindes foram aceitos.
O voto dos alemães
O voto em bloco do PSD não surpreendeu tanto quando o do PSOL. Mas chamou a atenção pelo entusiasmo. Guilherme Schleder deixou a Secretaria municipal de Esportes só para votar em Bacellar. Cláudio Caiado não só votou, como pôs no peito o adesivo da candidatura (aliás, vários estavam com a chamada “praguinha”. Mas para quê a propaganda, se era chapa única?).
E pensar que o prefeito Eduardo Paes e o presidente do PSD, Pedro Paulo, chegaram a anunciar que fariam uma chapa de oposição para disputar a eleição…
Quem manda de verdade
O presidente nacional do União Brasil, Antonio Rueda, acompanhou a votação do plenário. Os secretários estaduais de Governo, André Moura; de Planejamento e Gestão, Adilson Faria; e da Casa Civil, Nicola Miccione; também.
Mas as presenças mais mencionadas nos pronunciamentos foram da mulher de Bacellar, Manuela, e da primeira-dama do estado, Analine Castro.
Que tiro foi esse?
Outra que divou foi Jojô Toddynho, citada no discurso de agradecimento de Bacellar.
Cabelão
A eleição da mesa diretora é coisa séria. Mas nem tanto.
O assunto mais comentado, depois do voto em bloco do PSOL, era o cabelo da petista Zeidan. “Será mega hair? Talvez”, observou uma língua bem ferina. A cabeleira pós-recesso está quase na cintura da moça.
Em turminha
Carla Machado (PT), ex-prefeita de São João da Barra — cidade que fica na mesma região da Campos de Goytacazes de Bacellar — levou uma caravana de vereadores.
Se embolou um tanto para explicar a analogia da árvore e seus frutos, quando quis elogiar o pai do presidente, Marcos Bacellar, figura política muito conhecida na região.
Mas valeu a intenção.
Da categoria
Renata Souza, do PSOL, aproveitou uma oportunidade mais calma para amamentar Rubi, a filha que completou exatamente cinco meses nesta segunda-feira (03). O refúgio escolhido foi a sala de imprensa.
Renata é jornalista. Ela pode, não é?
Modernidades
A cobertura da eleição teve até drone voando baixo no velho Palácio Tiradentes.
Tropeço
Fábio Silva (União) derrapou nos elogios a Bacellar. Disse que o presidente agora reeleito “é amigo dos amigos”. Gente, mas isso é nome de facção criminosa!
Rima paupérrima
A novíssima deputada Lilian Behring (PCdoB), que herdou a vaga de Andrezinho Ceciliano, estreou no microfone do plenário. E já soltou que “enfermagem rima com coragem”.
Ouvidos mais sensíveis reclamaram.
Ex, mas eternos deputados
Eles não têm mais direito a voto. Mas não iam perder a oportunidade. Os ex-deputados e agora prefeitos Andrezinho Ceciliano (Paracambi), Léo Vieira (São João de Meriti) e Tande Vieira (Resende) disseram presente na sessão de votação.
Paulo Melo, que não só foi deputado, mas também presidiu a casa, estava lá. E de óculos escuros.
Figurante
Quem apareceu o tempo inteiro na rodinha em torno de Bacellar, na transmissão ao vivo da votação, foi o deputado Renan Jordy (PL).
Mas o moço fez só figuração. Suplente, não teve direito a voto.