A ONG Rio de Paz e a secretária de Meio Ambiente e Clima da Prefeitura do Rio, Tainá de Paula (PT), se reuniram nesta última quinta-feira (9), no gabinete da petista. Durante o encontro, membros da organização pediram a construção de um monumento na Zona Sul da cidade em homenagem às crianças mortas por bala perdida, após a retirada do mural na Lagoa, a pedido do prefeito Eduardo Paes (PSD).
O encontro foi proposto ao Rio de Paz pela secretária, que prometeu levar a proposta ao prefeito. No entanto, a volta das fotos das crianças ao memorial na Lagoa ainda é uma demanda da organização, e também foi pedida durante a reunião.
A proposta levada pelo Rio de Paz e parentes das crianças é que as imagens permaneçam no local e sejam retiradas somente quando o monumento ficar pronto, sob a justificativa de que as placas colocadas em homenagem aos policiais mortos, no mesmo local que estavam as fotos das crianças, não foram removidas pela prefeitura.
“As fotos têm que voltar para o memorial. O prefeito disse que tirou as fotos porque nós não havíamos solicitado a fixação daquelas fotos na Lagoa. Acontece que nós também não pedimos autorização para fixar os nomes dos policiais assassinados, e ele deixou os cartazes dos policiais e tirou as fotos das crianças. Ele está emitindo uma nota ao seu eleitorado, para o morador de favela: a vida do policial tem mais valor do que a vida do morador de comunidade. E o mais importante: as mães estão interpretando assim”, disse o fundador da ONG, Antonio Carlos Costa.
“Tivemos um debate sobre a criação de um memorial, algo organizado que, claro, respeite os familiares vítimas de violência, tanto dos policiais quanto dos moradores dos territórios de favelas e periferias. Vamos encaminhar o pedido de criação do memorial das vítimas da violência, das crianças executadas no Rio de Janeiro, ao prefeito Eduardo Paes e todas as instituições e organizações que quiserem somar a essa iniciativa”, disse Tainá de Paula.