Teremos finalmente um novo secretariado? Pelo visto, teremos sim, senhor.
O governador Cláudio Castro (PL) está nos Estados Unidos. O governador em exercício, Rodrigo Bacellar (União), em caravana pelo interior do estado. Mas os dois estarão juntinhos no próximo dia 26. A data é tida como decisiva para a formação da nova configuração da administração estadual — agora sem Thiago Pampolha, e com participação muito mais ativa do presidente da Assembleia Legislativa.
Afinal, é Bacellar quem vai assumir a caneta na ausência de Castro — o que tende a acontecer cada vez com mais frequência, até o afastamento definitivo do governador para a disputa por uma vaga no Senado.
Nenhum dos envolvidos adianta os nomes de quem sai e de quem entra no primeiro escalão do governo. Se perguntados, inclusive, desconversam. As mudanças vêm sendo gestadas há pelo menos nove meses — foram prometidas às vésperas das eleições municipais, e vêm sendo sucessivamente adiadas.
Mas, segundo deputados da base, agora não tem jeito, e o novo governo vai nascer.
A central de apostas da Alerj sobre o futuro secretariado
Se eles não falam, a turma da Assembleia — que nunca foi de ficar calada — grita.
Nos corredores e nos cantinhos do plenário, muitos apostam que as mudanças no secretariado vão atingir, pelo menos, 11 postos-chaves na administração estadual. Alguns poderosos deixariam o governo porque seus partidos, ou padrinhos, também estariam remando na canoa do prefeito Eduardo Paes (PSD), adversário de Bacellar na disputa pelo governo do estado no ano que vem. Ou em canoa própria.
Entre os equilibristas que podem “levar um caldo” está o MDB — que, jura, terá candidato ao comando do Palácio Guanabara. E, ainda assim, administra duas parrudas secretarias. A de Esportes, com Rafael Picciani, é a que carreia o maior volume de apostas.
A Cultura, comandada pelo Solidariedade, também está muito cotada. A secretária Danielle Barros é irmã do presidente estadual do partido, o deputado federal Áureo Ribeiro — que apoia Paes abertamente.
Secretária de Administração Penitenciária, Maria Rosa Lo Duca Nebel tem escapado dos tiros certeiros da Assembleia há muitos meses. De acordo com os apostadores do Largo da Carioca, desta vez é grande a chance de os maledicentes acertarem o alvo.
A nomeação do secretário de Polícia Civil, Felipe Curi, em substituição a Marcus Amim, foi o estopim de uma das muitas crises entre Assembleia e o Palácio Guanabara. Por isso, há quem ponha o moço na lista. Mas, como sua atuação à frente da corporação vem sendo elogiada até por antigos detratores, a cotação das apostas sobre mudanças na área do moço está baixa.
Muito mais alta está a do coronel Marcelo Menezes, secretário de Polícia Militar. Ninguém esquece que Menezes promoveu a tenente-coronel Leandro Matiele, oficial cedido há anos à Prefeitura do Rio e chefe da Casa Civil de Paes — mas não o major Tales Borges, o subcomandante do 32º BPM (Macaé) que teria ajudado a derrubar os índices de criminalidade em cinco municípios do Norte-Noroeste Fluminense.
E ainda tem os cargos do segundo escalão (muitas vezes, não menos brilhantes que no secretariado). Destes, o mais reluzente é o comando da Cedae — que, juram os deputados, deve ser indicado pelo ex-vice-governador e agora conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Thiago Pampolha.
Apostas, apostas, mas de certo mesmo…
Já foram tantas as mudanças anunciadas, e tantas datas para a famosa renovação do secretariado, que só o tempo dirá se um dia algo vai mesmo acontecer. Quem viver, verá.