Morreu, neste domingo (20), a atriz e cantora Preta Gil, aos 50 anos de idade. Filha do lendário Gilberto Gil, ícone da música nacional, Preta se consolidou, ao longo dos últimos anos, como um dos principais nomes do carnaval carioca. Ela estava nos Estados Unidos, onde tratava de um câncer.
“Preta foi uma mulher transgressora, sempre à frente do seu tempo. Quebrou paradigmas, provocou reflexões e iluminou caminhos com sua coragem. Uma mulher empoderada, que foi e continuará sendo luz para inúmeras outras mulheres. Pretinha era justa, honesta, generosa. Uma mãe e avó dedicada, uma guerreira incansável que inspirou e seguirá inspirando milhares de pessoas”, informou a agência Mynd8, que tinha Preta como uma das sócias.
Preta Gil teve papel de destaque no carnaval carioca, especialmente por sua atuação à frente do bloco “Bloco da Preta”, um dos maiores e mais populares do Rio de Janeiro. Criado em 2009, o bloco reunia centenas de milhares de foliões no Centro da cidade, com uma mistura de axé, pop e samba. Também teve participação nos desfiles na Marquês de Sapucaí, tendo como auge o ano de 2007, quando foi rainha de bateria da Mangueira.
Além da música, Preta Gil se tornou uma figura simbólica da diversidade e da luta contra o preconceito. Sua postura combativa em defesa das causas LGBTQIAPN+, do empoderamento feminino e do combate ao racismo também teve importante destaque, ao longo de sua trajetória.
Preta Gil travou intensa luta contra o câncer colorretal (diagnosticado em janeiro de 2023), enfrentando uma recidiva que se espalhou para linfonodos, peritônio e ureter em agosto de 2024. Em dezembro daquele ano, passou por uma cirurgia de 21 horas para remoção dos tumores e implantação de uma bolsa de colostomia definitiva, permanecendo internada por cerca de 55 dias até receber alta em fevereiro de 2025.
Após esgotar as opções disponíveis no Brasil, Preta decidiu buscar tratamento experimental nos Estados Unidos. Chegou aos EUA em maio de 2025 e, em 10 de junho, iniciou terapias inovadoras em centros de referência como o Memorial Sloan Kettering Cancer Center (Nova York) e o Virginia Cancer Institute (Washington).
Autoridades lamentam morte de Preta Gil
Autoridades do Rio lamentaram a morte de Preta Gil. O governador Cláudio Castro afirmou que “mais do que artista, Preta foi um exemplo de força e dignidade. Enfrentou com bravura a luta contra o câncer, compartilhando sua jornada com o país e inspirando milhares de pessoas com sua coragem e fé”.
Já a Câmara de Vereadores do Rio destacou que “Preta não foi apenas uma cantora de talento inquestionável. Foi também uma mulher que usou sua voz, nos palcos e fora deles, para defender causas importantes, lutar contra o preconceito, valorizar a diversidade e espalhar amor”.
O prefeito Eduardo Paes (PSD) disse que “poucas vezes conheci em minha vida uma pessoa que trouxesse vibrações tão boas e que espalhasse alegria e amizades aonde chegasse. Que tristeza ver uma pessoa assim nos deixar”.