Moradores de Búzios, na Região dos Lagos do Rio, se reuniram, na manhã desta quinta-feira (19), no Centro da cidade, para protestar contra a gestão do saneamento básico e a poluição das praias. A manifestação teve como foco as falhas no sistema de tratamento de esgoto do município, que, segundo os moradores, têm causado graves impactos à saúde pública e ao meio ambiente local.
O sistema de saneamento do município, administrado pela ProLagos, segue o modelo de “tempo seco”, no qual os resíduos são lançados na rede pluvial e só são tratados quando não há chuvas. No entanto, para a Secretaria Executiva da Cidadania de Búzios e ex-conselheira ambiental, Mônica Casarin, de 54 anos, esse modelo de gestão não tem sido suficiente para resolver o atual cenário de poluição.
“Quando chove, ou dias após a chuva, o volume de água que entra na rede de drenagem é tão grande que as bombas não conseguem funcionar e são desligadas automaticamente. Com isso, tudo o que está dentro da rede pluvial, incluindo o esgoto, é direcionado para os corpos hídricos mais próximos, como as lagoas e o mar”, explicou ela.
Despejo irregular
Imagens compartilhadas pelos moradores mostram a situação das praias, com esgoto sendo despejado mesmo quando o tempo está seco, pois, segundo Casarin, o sistema frequentemente entope ou as bombas falham. Ela destaca que, nas lagoas, a situação é ainda pior, pois muitas casas não têm acesso à rede de drenagem.
“Na minha casa, por exemplo, usamos o sistema de fossa porque não temos acesso à rede separativa de esgoto. Porém, em muitos lugares de Búzios isso não é possível, já que a cidade, como toda a Região dos Lagos, é alagada e contém áreas de antigos manguezais que foram aterrados ao longo dos anos. Como resultado, as pessoas acabam descartando o esgoto onde é possível, e as lagoas recebem esgoto diariamente”, explicou.
Ela também enfatiza que, apesar de diversas audiências públicas, a situação persiste.
“Estamos cansados. Já realizamos três audiências públicas na Câmara de Vereadores de Búzios sobre o saneamento. Nessas reuniões, participaram representantes de todos os órgãos envolvidos, incluindo municipais, federais e estaduais. Foi esclarecido que os municípios não precisam esperar os investimentos da ProLagos para implementar suas redes separativas e cuidar do próprio esgoto, mas, mesmo assim, nada foi feito”, relatou.
Determinação da Justiça
Nesta quarta-feira (18), a Justiça Federal determinou que o município tome medidas de recuperação ambiental em todas as praias da cidade. A decisão foi tomada após uma inspeção judicial na Praia da Ferradura, uma das mais frequentadas, que revelou diversas irregularidades na exploração comercial da área.
O governo municipal tem 24 horas para notificar os comerciantes da Praia da Ferradura e 20 dias para fazer o mesmo nas outras praias da cidade. A fiscalização será rigorosa e, caso as normas não sejam cumpridas, serão aplicadas multas pessoais aos responsáveis.
A medida não se limita apenas à Praia da Ferradura. O procurador da República Leandro Mitidieri, responsável pelo caso, destacou que as regras devem ser implementadas em todas as praias de Búzios, visando uma solução estrutural para os impactos ambientais e sociais causados pela exploração desordenada do espaço público.
O Tempo Real entrou em contato com a Prefeitura de Búzios e com a ProLagos e aguarda o envio das respostas.
Habitantes de Búzios. Saudações. Sou há mais de trinta anos residente na Suíça. Imaginem um país totalmente no centro da “ZOOROPA” e sem acesso ao mar. Mas, a natureza o presenteou com inúmeros lagos e alguns grandes rios. Você pode nadar em qualquer lago ou rio em todo o país. As águas são 100% limpas. Se trata de que em cada cidade existe o que se denomina “Klaranlage” , palavra em alemão que significa “Sistema de purificação das aguas”. Funciona de forma super eficaz. Todo o esgoto recolhido é direcionado à grandes tanques em uma área determinada. Nesse local, existem vários reservatórios onde a esgoto recebido vai passando sequencialmente por todos, deixando o material sólido ser retirado no priimeiro, transformando-o em adubo e o resto sendo icinerado no início do processo. Na sequencia do processo, será a cada vez gradativamente purificado com o uso de vegetação (são as algas específicas) que modifica o teor toxico das aguas até o final,onde sera liberada a agua super pura de volta aos rios e lagos, chegando ao nível de uma purificação total. As plantas absorvem e eliminam tudo. Tentei fazer a minha contribuição a Búzios, enviando várias cartas ao Sr. Mirinho, incluindo prospectos explicativos e com toda a informação técnica do “Klaranlage” de Zurich, onde fazia entregas em meu trabalho de motorista. Nunca obtive uma resposta, sequer uma palavra ou comentário a respeito. Tenho essas cartas guardadas com tristeza até hoje. Tudo foi feito a partir dos primeiros anos pós a emancipação. Gostaria de poder tentar mais uma vez, solucionar o imenso problema. Mais tarde, em 2002, trabalhei sete anos para uma empresa de arquitetura e engenharia na Suíça, a Schweizer Baudokumentation Docu AG. Posso ainda conseguir os prospectos e revistas sobre o “KLARANLAGE”.. Uma cidade como Búzios merece ter uma melhor qualidade de vida..
Só devolva ao mar as águas que os peixes podem beber. Somente água limpa de volta ao mar.
Sempre disposto a tudo por Buzios. Meus contatos:
A respeito desse protesto veio em uma hora indevida e se tornou inoportuno incomodando várias pessoas peço que tenham bom senso e saibam o momento de fazer esse tipo de protesto, só prejudicou ao invés de ajudar…se ligue