A turma da oposição não acreditou quando viu o vereador Jorge Canella (União Brasil), que cerrava fileiras com os bélicos do PL, dar o sim ao projeto de lei da Prefeitura do Rio que reduziu o teto das Requisições de Pequeno Valor (RPVs) de 30 para 10 salários mínimos.
“Foi a surpresa da votação. Inexplicável”, disse um vereador do PL. “Ele é homem do União, partido de Rodrigo Bacellar, que é o principal adversário do prefeito Eduardo Paes para as eleições do ano que vem”.
O pupilo de Márcio Canella, prefeito de Belford Roxo e quadro histórico do União, não só votou a favor, como não assinou qualquer tentativa de emenda proposta pelo PL ou pelo vereador Pedro Duarte (Novo).
“Ou seja, nem pode dizer que errou na hora de votar”. Já estava a favor do projeto”, disse um oposicionista.
Na votação da Guarda armada, Canella não estava em plenário
Não foi a primeira vez que Jorge Canella saiu de fininho do grupo de oposição e facilitou a vida de Paes.
Em junho, o prefeito passou por uma prova de fogo na Câmara e conseguiu aprovar o seu principal projeto para 2025, o que regulamentou o armamento da Guarda Municipal e permitiu a contratação de centenas de agentes temporários. Um golaço (inclusive de marketing) na área da segurança pública, que será a principal bandeira de Paes nas eleições do ano que vem.
E onde estava o pupilo de Márcio Canella? Desapareceu do plenário, e não votou contra o projeto — enquanto outros aliados ao União, como os do PL, faziam o possível para atrapalhar os planos do prefeito.