“Mais uma constatação da total ausência de manutenção e conservação dos prédios, principalmente públicos, na cidade”, afirma o presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio de Janeiro (CAU/RJ), Sydnei Menezes, sobre o desabamento de um muro, neste sábado (21), no Colégio de Aplicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na Lagoa, Zona Sul.
A estrutura já havia sido vistoriada e interditada pela Defesa Civil em janeiro deste ano.
Apesar de não ter deixado feridos, o episódio preocupou os responsáveis pelos alunos da unidade, que tiveram as aulas suspensas enquanto o processo de reparação ainda é definido. Para o presidente do CAU/RJ, Sydnei Menezes, o caso evidencia o abandono da edificação:
“Nada cai por acaso. Quando há a queda de qualquer edificação ou, como neste caso, de um muro, não é diferente. Existem sinais prévios: a própria estrutura vai ‘avisando’ através de trincas e outros indícios de desgaste. É um caso típico de falta de conservação e manutenção.”
Desabamento de marquise também chama a atenção
O caso da CAp-UFRJ é o segundo desabamento registrado na Zona Sul em menos de uma semana. Na quarta-feira (18), a marquise de um prédio em obra cedeu na Avenida Nossa Senhora de Copacabana, principal via do bairro.
Ao longo de 2025 outros episódios similares também ocorreram na cidade: o desabamento da estrutura de dois casarões no Centro do Rio, que deixou uma vítima e a queda de uma pilastra em um condomínio no Recreio dos Bandeirantes, que resultou na morte de uma criança de 4 anos.
Para Sydnei Menezes, a má conservação, falta de vistorias e a ausência de arquitetos, arquitetas, urbanistas ou engenheiros devidamente qualificados nos projetos, construções ou reformas são fatores comuns em todos os episódios:
“A conservação das edificações deve ser permanente e sempre realizada por um profissional habilitado, seja um engenheiro ou um arquiteto, com o devido registro de responsabilidade técnica (RRT). Esse documento é a garantia da sociedade de que o serviço será feito dentro dos critérios estabelecidos e das normas técnicas. Também é uma segurança para o próprio cliente”, concluiu o presidente do CAU/RJ.