Na semana passada, ocorreu o 48º aniversário do início da produção de petróleo na Bacia de Campos. Eu sempre pensei em escrever algo sobre aquele acontecimento, mas achava que o faria na data mais significativa: dos 50 anos, em 2027. Pragmaticamente, considerando a minha idade, resolvi não esperar. Vai que!
Li em algum lugar que a única coisa boa da velhice é ter o que recordar. Vou, então, me aproveitar deste privilégio. Lembranças boas ou más, alegres ou tristes, todas são importantes para mim. São as minhas lembranças!
Na semana passada me dei conta de que uma das minhas melhores lembranças completara 48 anos. E tenho muito orgulho dela.
Quando, naquele longínquo 13 de agosto de 1977, uma equipe de jovens e dedicados empregados (naquela época ainda não se usava a modernosa “colaboradores”) abriu o poço número 6 do campo de Enchova, em lâmina de água de, à época inimagináveis, 124 metros, iniciando a produção comercial de petróleo na Bacia de Campos, nem de longe pensou que estava fazendo história. Mas estava. E que bela história!
Uns já morreram, outros se aposentaram e, talvez, um ou outro ainda continue na empresa. Não sei. Mas a minha reverência vai para todos. Igualmente para todos. Nas plataformas ou em terra, nos rebocadores, nas oficinas ou nos escritórios, era uma equipe merecedora deste nome, formada por um grupo de pessoas que, com habilidades complementares, trabalhavam juntas para alcançar um propósito comum e responsabilizar-se coletivamente pelos resultados.
Aproveito, então, a data recente dos 48 anos daquele evento para homenagear a todos eles, responsáveis que foram pelo impulso inicial do que é hoje a mais importante atividade econômica do Brasil: a produção de petróleo.
Ousadamente, foram adentrando metro a metro nas profundezas do mar, aperfeiçoando tecnologias e criando pioneiramente outras tantas, além de inovar procedimentos operacionais, eles abriram o caminho que tornou possível a produção do Pré-Sal, algo nunca sonhado naqueles anos setenta.
Não posso esquecer uma atividade pouco reconhecida por não ser operacional, mas importantíssima. Ao lado das suas obrigações rotineiras, aquele grupo nem se dava conta da enorme contribuição futura do seu trabalho de treinar centenas de colegas mais novos. Aquilo permitiu dar continuidade ao acelerado programa de desenvolvimento da produção de petróleo em águas cada vez mais profundas e desafiadoras, na própria Bacia de Campos e, posteriormente, em outras bacias brasileiras.
Tenho a mais profunda convicção de que eles, ao abrirem a válvula daquele poço, afastaram definitivamente o pessimismo de alguns brasileiros que duvidavam da capacidade de uma empresa brasileira, gerida e operada por brasileiros, poder atingir a desejada autossuficiência na produção de petróleo.
Acerca do sucesso daquela empreitada de formidável sucesso técnico e econômico, sei que muito já foi dito e escrito, e muito ainda o será. Mas será pouco. Aquela epopeia sempre merecerá mais, ouso dizer.
Trabalhando lado a lado, cotidianamente, com eles aprendi a ter orgulho dos feitos sem perder a humildade para lutar e vencer novos desafios.
Dizem que é triste quando a velhice nos faz ser história, fazendo parte dela. Discordo. Pelo menos neste caso eu discordo. Eu estou muito feliz em ser um entre as centenas de personagens que fizeram a Bacia de Campos, porque isso me dá a certeza de que minha vida fez algum sentido e valeu a pena. Sou e serei sempre agradecido a todos aqueles que me proporcionaram a oportunidade de, durante mais de nove anos, fazer parte daquela equipe que, imodestamente, chamo de heroica pelo pioneirismo e vitoriosa pelos resultados.
Faria tudo novamente, desde que fosse junto com aqueles colegas inesquecíveis.
Rio, 2025
Esse time da BC sempre foi maravilhoso. Uma família e uma escola! Obrigado, Alfeu, pela sua liderança..
Boa Noite amigos companheiros,
Também estive presente nessa nossa vitória, não no primeiro carregamento na antiga SS-6 SEDCO 135D poço 3-EN-1-RJS, mas no segundo e muitos outros, muito sol, muita chuva, passamos momentos como se fosse uma família.
ORGULHO DE SER PETROBRÁS.
LUCIANO VAZ
Caro amigo Alfeu, você é uma lenda viva dessa saga brasileira chamada Bacia de Campos, fractal do sucesso da Petrobras nas águas progressivamente profundas. Cheguei a Macaé 4 anos depois, em 1981, e tive a oportunidade, como empregado da Flopetrol, ir a bordo da SS-6, onde uma EZ-tree e uma planta de well testing ajudavam a produzir o SPA de Enchova. Parabéns por sua liderança inspiradora e vamos celebrar os 50 anos logo logo.
Amigo Alfeu, você foi continua sendo um exemplo para os que já se foram, estão aposentados e ainda na ativa como eu. Uma pena que esse orgulho verdadeiro já não o temos mais na nossa Petrobras. Estamos precisando você de volta!!! Parabéns e forte abraço!!!
Também me sinto agradecido pela oportunidade que tive, de trabalhar durante seis anos, de 1980 a 1986, na área de Recursos Humanos, da Bacia de Campos. Apesar de ter atuado na área burocrática, acho que de alguma forma, também contribui, para o crescimento da mais importante atividade econômica do Brasil: a produção de petróleo. Alfeu, eu considero que você é sua competente equipe, foram os maiores responsáveis pelo merecido êxito da Bacia de Campos, que passou a ser considerado um orgulho nacional. Parabéns pelo belo e oportuno texto.
Muito bom ! Parabéns pela trajetória de sucesso! Não tenho dúvida que faria tudo novamente.
Parabéns a todos os que fizeram essa história acontecer , mas particularmente ao Sr que conheço e que sei o quanto se orgulha da história construída.
Dr. Alfeu, parabéns, belíssima crônica enche de orgulho a qualquer petroleiro, como eu, que em 35 anos de Peroba me preparei 01 ano, CIM/80, perfurei e produzi 04 anos , RPNS, refinei 10 anos, RLAM e montei dutos e plataformas 15 anos, SEGEN.
Mas, perdoe, o que o Senhor acha da forma como a PETROBRAS e a PETROS vem tratando a nós aposentados que contruimos tudo isso?
Abraços de seu conterrâneo olindense.
Lafayette
Matrícula 013918.7
Sabe o que eu acho, Lafayette? Acho uma pouca vergonha, uma injustiça e acho que o governo tinha que assumir esse ônus, já que é o acionista majoritário e o principal responsável pela nomeação dos gestores da PETROS.
Parabéns, Alfeu! Tenho muito orgulho de você! Vamos esperar o texto dos 50 anos.
Caro Alfeu: Merecida homenagem! Parabéns a você e a todos que fizeram e fazem parte desse importante capítulo da história do Brasil!
Sim caro Alfeu, poucos além dos brasileiros acreditavam que a Petrobras conseguiria colocar em produção óleo em :águas profundas’ . E foi assim, gente acreditando, ousando, suando, sonhando e trabalhando muito foi-se avançando para águas cada vez mais profundas e batendo recordes e colocaram a Petrobras no mapa de respeito e admiração mundial. Parabéns a todos!
Parabéns pelo orgulho. Vc é exemplo pra muitos. Abraço
Agora fui as lágrimas. Vi, vivi e aplaudi de verdade , com as minhas mãos , essa trajetória -relato . E tem muito mais. Os desdobramentos provocados pela equipe transformaram a região e foram exemplo pro país. Parabéns presidente Alfeu !
Emocionante realmente . Eu jamais poderia esquecer este início da produção da Bacia de Campos, especialmente por ter sido colocado a frente deste desafio por Alfeu Valença e Roberto Gomes Jardim ,duas figuras históricas da Bacia de Campos.
Linda homenagem.
Caro Presidente Alfeu,estou muito feliz que ainda esteja vivo, espero com muita saúde,participei da primeira tripulação brasileira na bacia de Campos, fui da sonda de perfuração a saudosa SM – 7 na plataforma de Namorado.Nunca me esqueci que achei seu crachá ao fiscalizar um serviço de manutenção no motor principal da sonda um local de difícil acesso.Eu pensei temos um Presidente de verdade,está em todos os lugares.
Forte Abraço
Dr. Alfeu, grandes lembranças de grandes vitórias, cada vez mais te admiro…
Grande legado deixastes na Petrobrás.
Parabéns pelos inúmeros êxitos .
Tenho o maior orgulho de ter feito parte da equipe dessa empresa chamada PETROBRÁS . Sempre serei um apaixonado por esta nossa PETROBRÁS.
Te admiro bastante por toda sua trajetória na Petrobrás.
Deixastes um grande legado em Macaé RJ.
Alfeu, dizem que recordar e viver, na época tinha apenas 19 anos, trabalhamos juntos, lembro muito bem, da sua segurança ao fale deste projeto inovador e espetacular para a época.
Infelizmente hj não dá este orgulho, porque depois de aposentados fomos abandonados literalmente pela Petrobrás, de espera da PETROS, onque nos faz descontar em nossos contra-cheques, três PEDs, e lamentavelmente existe diversos colegas nossos recebendo o contracheque ze-ra-do.
Triste fim melancólico.
Parabéns a todos os guerreiros que construíram a GRANDE PETROBRÁS DE HOJE…
Tudo sobre a epopeia da Bacia de Campos se apequena se não cita o verdadeiro heroísmo dos Mergulhadores profissionais que além de estarem nas plataformas foram além, trabalhando solitariamente no fundo do mar arriscando a própria vida para que esse empreendimento desse certo.
Sem dúvida, os mergulhadores foram e serão imprescindíveis nas operações offshore. Tenho a maior admiração e respeito por eles.
Me fez lembrar meu primeiro embarque offshore, perfuração do poço 7-BD-11A (Badejo), em março/1981. Muuuuitas lembranças da minha carreira de petroleiro. Parabéns aos milhares de desbravadores que criaram e tornaram grande a Petrobras!
Ótima matéria! Porque me fez lembrar que de alguma forma faço parte dessa história, iniciei minha carreira como profissional na empresa que construiu a primeira jaqueta e os módulos da plataforma de Anchova, localizada na ilha da conceição no município de Niterói estado do Rio de janeiro, estou hoje com 63 anos, porém ainda não me aposentei, continuou na ativa como soldador, esperava mais e conhecimento e respeito, porque ajudei a Petrobrás de alguma forma se desenvolver, hoje sofro para cumprir o meu tempo de aposentadoria por falta de oportunidade.
Emocionante, Alfeu, este seu registro sobre o trabalho desafiador dos pioneiros da produção na Bacia de Campos há 48 anos e, com competência e delicadeza ímpares, você consegue incluir nesta epopeia todos nós que tivemos o privilégio de trabalhar também nos anos após 1977. Sua menção aos pessimistas de plantão, sempre presentes de boa ou má fé, me faz lembrar um dos argumentos que usávamos no final da primeira década deste século quando a Petrobras e a indústria offshore brasileira se propunham a colocar em produção as descobertas então recentes do Pré-sal: se, no final dos anos 70, os petroleiros foram capazes de colocar em produção e tornar a Bacia de Campos uma província petrolífera de referência mundial, como que não conseguiríamos o mesmo sucesso considerando o quanto de lições aprendidas foram sendo acumuladas, tanto pela Petrobras como pela indústria offshore brasileira? Parabéns e muito obrigado para você e todo o time pioneiro de profissionais da Bacia de Campos que criaram alicerces sólidos para nos tornarmos um dos exemplos reconhecidos de indústria do Brasil que pode dar certo. Abraço
Acho importante esse depoimento vindo de alguém que teve a coragem suficiente para acreditar e comandar essa equipe inovadora para a época.
Uma ação se transforma em História a partir do Esforço e dos resultados vitoriosos de um Grupo-e é isso que nós fomos, jovens voluntariosos que saíram de todos os cantos e recantos desse nosso Brasil para, num ambiente fechado, longe da família, desenvolver esse projeto pioneiro, semente bem cuidada que veio a dar os frutos futuros.