O céu azul deste domingo de Carnaval (2) foi o cenário perfeito para a folia de rua, com desfiles por todas as regiões da cidade. Cordão do Boitatá, no Centro; Charanga Talismã, em Vila Kosmos; Empolga às 9, no Leme; e Simpatia é Quase Amor, em Ipanema, foram alguns dos destaques que atraíram, juntos, cerca de 70 mil foliões para as ruas. Ao todo, estão previstos desfiles de 52 agremiações até o fim do dia.
Em mais uma edição do seu famoso baile, o Cordão do Boitatá voltou à Praça Quinze na manhã deste domingo de Carnaval, com seus estandartes em homenagem à cultura brasileira e a serpente gigante como mascote.
No palco, a orquestra de multi instrumentistas e intérpretes como Mariana Baltar, Marcos Sacramento, Marquinhos de Oswaldo Cruz, Marina Iris e Moyses Marques comandaram o rico repertório de marchinhas, frevos, maxixes, choros, carimbós e muito samba.
Esta edição do evento, a 19ª desde a fundação do bloco, em 1996, teve homenagens a Gonzaguinha e Geraldo Azevedo, além de tributos a Paulo Moura, Banda Black Rio, Luiz Carlos da Vila e Milton Nascimento.
“O Boitatá é uma família que pensa o Carnaval de uma maneira democrática. Então, para mim, esse movimento é muito mais do que cantar, é uma manifestação político-social. Tenho muito orgulho de fazer parte dessa família”, disse Mariana Baltar.
Cantora do Cordão do Boitatá recorda tempos de foliã
Há sete anos se apresentando no palco montado na Praça Quinze, a cantora Marina Iris recordou seus tempos de foliã.
“Ao mesmo tempo que é uma honra estar no Boitatá como cantora, porque é um bloco muito resistente em termos de preservação da nossa cultura, como foliã é um encontro com a minha própria história. Eu sempre vim, e na maior parte do tempo, vivi como foliã, curtindo no meio da galera. Sempre foi um momento importante para a minha vida”, afirmou Iris.
Em Vila Kosmos, também pela manhã, a Avenida Meriti foi tomada pelo colorido cortejo da Charanga Talismã, que desde o ano passado fez do bairro da Zona Norte sua casa no Carnaval de Rua do Rio. Performático, o elenco de pernaltas, engolidores de fogo e artistas circenses faz da festa na rua um verdadeiro espetáculo teatral.
Os integrantes chegam cedo, antes das 7h, movimentando o comércio local e transformando o cenário de casinhas típicas do subúrbio, com moradores nas janelas para ver a banda passar.
“Aqui sempre foi um bairro tranquilo, nem bloco de carnaval a gente tem. Eu estou achando lindos esses meninos, todos coloridos e felizes, desfilando aqui. Traz mais vida para o bairro, deixa a gente mais animada”, comemorou Eliane dos Santos, que mora há 30 anos em Vila Kosmos com o marido, Sérgio.
A manhã de domingo teve ainda cortejos do Simpatia é Quase Amor, em Ipanema, e do Empolga às 9, no Leme.