O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) aprovou, nesta segunda-feira (16), por unanimidade, a abertura de um procedimento para cassar o registro de advogado de Marcelo Bretas, ex-juiz da Lava Jato no Rio. As informações são da coluna do Lauro Jardim, do jornal O Globo.
A decisão ocorre menos de duas semanas após o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) impor a aposentadoria compulsória a Bretas por condutas irregulares à frente da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, onde atuou de 2015 a 2023. O magistrado está afastado do cargo desde fevereiro de 2023.
Entre as acusações apuradas pelo CNJ estão supostas decisões parciais em mandados de busca e apreensão contra advogados, favorecimento a profissionais específicos, interferência nas eleições de 2018 e outras práticas consideradas incompatíveis com a função.
Durante a sessão do Conselho da OAB, o presidente da entidade, Beto Simonetti, destacou que a tendência é de exclusão definitiva de Bretas dos quadros da Ordem.
“Não havendo quem queira divergir, portanto, fica aprovada a instauração do procedimento que certamente levará o ex-juiz Marcelo Bretas, grande violador de prerrogativas da advocacia do Brasil, a ser destituído de nossos quadros”, afirmou Simonetti.
A operação Lava Jato foi uma das maiores investigações de corrupção da história do Brasil. Iniciada em março de 2014, ela desvendou um vasto esquema bilionário de propinas e lavagem de dinheiro envolvendo a Petrobras, grandes empreiteiras, políticos, diretores da estatal e doleiros atuando em cartel e favorecimento de contratos superfaturados.