O secretário de Saúde da Prefeitura do Rio, Daniel Soranz, denunciou, oficialmente, nesta quinta-feira (18), ao secretário estadual de Segurança, Victor Santos, a ocupação do estacionamento do Hospital Pedro II, em Santa Cruz, por milicianos. A unidade foi invadida por oito criminosos armados com fuzis e pistolas, nesta madrugada, em busca de um paciente recém-operado. Soranz também enviou ao secretário uma lista de pontos de venda de crack na cidade.
Victor Santos chamou o secretário de Saúde de “mentiroso” nesta manhã, em resposta à declaração de que as unidades unidades de saúde da prefeitura tiveram o funcionamento suspenso 516 vezes neste ano por motivos de segurança, invasão ou risco. Soranz, que passou parte da madrugada no hospital, protestou contra a falta de segurança a que são submetidos médicos, demais profissionais e pacientes. O troco foi dado durante coletiva com Santos e os comandantes da Polícia Militar e da Polícia Civil.
Soranz também encaminhou uma lista atualizada — que não tem 516, mas 698 incidentes que levaram ao fechamento das unidades de saúde por questões de segurança. Na relação, tem os endereços e datas, com a classificação dos riscos aos profissionais e pacientes. Além da Secretaria de Segurança, o material foi enviado também à Secretaria de Polícia Civil, à Secretaria Nacional de Segurança e ao Ministério Público.
A troca de acusações entre Soranz e o secretário de Segurança
Segundo Santos, o número apresentado pelo médico da prefeitura não corresponde à realidade. O secretário de segurança ainda classificou a declaração como uma irresponsabilidade.
“Se apurarmos, há registro de cerca de 20% dessas situações”, disse Santos.
“Se ele (Victor Santos) não está vendo, todo dia, uma unidade de saúde sendo fechada, como está sendo fechada, por motivo de violência, ele não está vivendo nesta cidade”, devolveu Soranz.


