Mal veio à tona o projeto de lei do deputado TH Joias (MDB) para tornar o projeto “Numanice”, de Ludmilla, patrimônio cultural imaterial do estado, a bancada conservadora já se insurgiu contra a proposta.
Assim, se repete o movimento que quase fez com que a funkeira quase ficasse sem sua Medalha Tiradentes, no ano passado.
Rodrigo Amorim (União) já afirmou que vai pedir verificação de quórum. Amorim é o mesmo que, em 2023, havia dito que protocolaria a revogação da Medalha Tiradentes depois de a artista acusar o deputado Thiago Gagliasso (PL) de racismo. Este havia votado contra a concessão da homenagem.
“Esse novo projeto é um absurdo. Vou capitanear um movimento para derrubar e vou pedir verificação”, disse o deputado.
Amorim, como no passado, conta com o apoio de boa parte da bancada conservadora da Assembleia — que não é exatamente pequena.
Treta iminente
Como foi protocolado recentemente, o projeto ainda está em fase inicial de tramitação, mas o tema tende a acirrar uma velha discussão. A Medalha Tiradentes de Ludmilla teve diversas “idas e vindas”, tendo rejeição puxada por deputados conservadores, no começo de 2023. Diziam que ela fazia “apologia às drogas” em algumas de suas músicas.
Todavia, em novembro de 2023, a artista finalmente foi agraciada, após várias rodadas de negociações. A iniciativa, de autoria da deputada Franciane Motta (Podemos), foi um reconhecimento à campanha de doação de sangue incentivada pela cantora, distribuindo ingressos para seu show aos doadores. A honraria foi entregue em fevereiro deste ano.
“‘Numanice’ que significa num boa, é um projeto musical criado pela cantora Ludmilla que apresenta uma nova versão do pagode, um dos gêneros mais populares no Brasil. […] Assim, é inegavelmente importante esse trabalho na divulgação do pagode que é uma uma expressão importante da cultura brasileira”, justificou TH Joias.