O prefeito Eduardo Paes (PSD) sancionou, em publicação no Diário Oficial desta quarta-feira (19), a lei que aumenta o número de táxis em operação no Rio. A partir de agora, a capital tem um veículo para cada 180 habitantes.
De autoria do vereador Márcio Ribeiro (PSD), o projeto foi aprovado pela Câmara Municipal em outubro. O número de veículos licenciados na cidade era, até então, o mesmo desde 2015: de um veículo para cada 193 moradores. O objetivo da mudança, segundo as autoridades, é adequar a oferta do serviço à demanda real da população.

Niterói também teve mudança na frota de táxis
A sanção da medida no Rio acontece um dia após Niterói também colocar em vigor mudanças na frota de táxis. No caso do município vizinho, o número de táxis segue o mesmo; o que muda são as medidas para incentivo à modernização da frota. O prefeito Rodrigo Neves (PDT) sancionou, nesta terça (18), a lei que cria o programa “Niterói Táxi Novo”. Através da iniciativa, a prefeitura oferecerá uma linha de crédito especial, com juros de 0%, para que taxistas adquiram carros novos ou seminovos. Os financiamentos terão prazo de amortização de até 60 meses e servirão também para veículos elétricos.


Nada contra os amarelinhos. Eles fazem parte da paisagem urbana, assim como em quase todas as grandes cidades do mundo. Não é exatamente uma “identidade carioca”, mas um símbolo internacional do transporte tradicional. No Rio, eles convivem com outras marcas afetivas nossas — o Mate Leão na praia, o Cachorro-Quente Genial, e tantos outros elementos que só o carioca entende.
Mas é preciso olhar para a realidade atual, e não para a nostalgia.
A reportagem mostra que o prefeito Eduardo Paes sancionou uma lei aumentando a frota de táxis no Rio para 1 veículo a cada 180 habitantes. Dizem que é para “adequar à demanda”.
Mas a pergunta é direta: qual demanda?
O povo não usa táxi como antigamente.
Hoje, a mobilidade do trabalhador, do aposentado, do jovem, do turista, é feita majoritariamente pelos carros e motos de aplicativo — mais rápidos, mais modernos, com preço acessível e gerando renda para quem não tem outra alternativa além de trabalhar com o próprio veículo.
E isso vale também para Niterói.
Mesmo que lá a frota não tenha aumentado, a prefeitura aposta em modernização com juros zero. Mas, seja no Rio ou em Niterói, o fato é que não existe mais demanda espontânea que justifique ampliar ou incentivar modelos antigos como se fossem protagonistas do transporte urbano. A preferência da população já está consolidada nos aplicativos.
Aumentar frota de táxi em 2025 é como tentar reviver as antigas linhas telefônicas fixas: já tiveram importância… mas o mundo andou.
Não é lei que muda hábito do povo.
Está na hora dos taxistas raiz usarem a experiência que acumularam e entrarem também nos aplicativos, onde podem ganhar muito mais do que no sistema tradicional, utilizando toda expertise que já têm das ruas e do movimento.
Os amarelinhos podem permanecer como um símbolo, como ocorre em várias cidades do mundo.
Mas a locomoção real do povo, no Rio, em Niterói e em qualquer grande centro, segue outro caminho — e não adianta fechar os olhos para isso.