Os recentes casos de intoxicação por metanol após ingestão de bebida alcoólica acenderam o sinal amarelo nos profissionais do setor de bares e restaurantes do Rio. Apesar de não ter nenhum caso registrado na cidade, o presidente do sindicato que representa o setor, Fernando Blower, afirma já haver queda no movimento.
“Ainda não temos uma estimativa (do impacto), mas o movimento nos bares e restaurantes já caiu muito nos últimos dias”, disse. Blower diz que considera “equivocado” deixar de frequentar estabelecimentos legalizados e formais, que trabalham de acordo com as normas e respeitam a legislação e regras sanitárias. Segundo ele, esses locais “compram em estabelecimentos homologados, distribuidores, atacarejos. Então o risco é muito reduzido. A gente não pode criminalizar um setor inteiro por conta de casos isolados.”
Bebida ilegal, um problema antigo no Brasil
Blower também alerta para uma questão que não é recente e pede mais rigor e apuração do setor público:
“O fato é que o país está acordando para um problema grave e muito antigo: a bebida ilegal no Brasil. Vamos ver se agora, com casos mais sérios, as autoridades conseguem combater com mais efetividade.”
Blower cobra autoridades e diz que não se compra metanol “em farmácia”
O presidente do SindRio diz que é preciso combater a produção clandestina de bebidas, em alambiques improvisados, mas também restringir a venda de produtos que possam causar mal à saúde.
“O cara não compra metanol na farmácia da esquina. De onde vem isso?”, questiona.
O setor representa uma fatia importante da economia carioca. Somente na capital, emprega quase meio milhão de pessoas entre empregos diretos e indiretos. Segundo dados do SindRio, no primeiro semestre deste ano, gerou R$258,9 milhões em ICMS para o estado e a maioria dos empreendimentos é de microempresários.