A cidade do Rio registrou, no primeiro semestre de 2025, um crescimento real (descontada a inflação) de 37,2% na arrecadação do ISS, somente com impostos oriundos de serviços do setor aeroportuário. Foram recolhidos R$ 34,4 milhões — enquanto nos seis primeiros meses de 2024, foram R$ 25,1 milhões.
O levantamento é da Prefeitura do Rio, por meio da Secretaria municipal de Desenvolvimento Econômico e da Riotur, e analisou diversas atividades do setor, incluindo logística aeroportuária, o uso dos aeroportos, armazenagem, movimentação de mercadorias e apoio aeroportuário.
“Os números comprovam que houve um incremento no setor aeroportuário do Rio, após as medidas de coordenação entre os aeroportos Galeão e Santos Dumont. Isso só reforça a importância do trabalho que vem sendo feito pela recuperação do Galeão e nos dá ainda mais certeza de estarmos no caminho certo”, destacou Osmar Lima, secretário municipal de Desenvolvimento Econômico.
O subgrupo que trata da movimentação de passageiros em aeroportos registrou um crescimento real de 22,3%. Segundo a secretaria e a Riotur, o levantamento mostra como a política de coordenação entre os aeroportos do Rio impactou no volume de passageiros, no aumento de cargas e, consequentemente, na arrecadação. O estudo reforça a importância da articulação entre a Prefeitura do Rio, o governo do estado e o governo federal, que resultou na imposição de um limite de voos no Santos Dumont.
“O resultado reforça como os grandes eventos têm papel decisivo na movimentação da nossa economia. Carnaval, réveillon, Rock in Rio, Web Summit e tantos outros, não apenas atraem turistas, mas também ampliam a demanda por serviços ligados ao setor aeroportuário. Esses dados mostram que o Rio tem capacidade de receber, com qualidade, milhões de visitantes e de transformar essa vocação em desenvolvimento econômico, geração de empregos e arrecadação para a cidade”, avaliou Bernardo Fellows, presidente da Riotur.
Política de coordenação entre os aeroportos começou em 2021
A decisão de reequilibrar as operações dos aeroportos do Rio foi consolidada após mais de dois anos de discussões, culminando em um acordo entre o presidente Lula (PT) e o prefeito Eduardo Paes (PDT), em parceria com o governo do estado. A ideia era conter o esvaziamento do Galeão, que, entre 2019 e 2022, sofreu uma redução de 58% no número de passageiros, tornando-se apenas o 10º aeroporto mais movimentado do Brasil (2022).
O papel estratégico do setor aeroportuário para o Rio
O fortalecimento do setor aeroportuário tem impactos diretos na geração de empregos, no desenvolvimento econômico e na competitividade do Rio como destino global de turismo e negócios. Comparações internacionais demonstram o potencial desse setor: nos Estados Unidos, por exemplo, os cerca de 500 aeroportos do país geram 9,6 milhões de empregos e movimentam US$ 1,1 trilhão, representando 7% do PIB.
Além disso, com forte vocação turística e econômica, a cidade do Rio recebe anualmente centenas de milhares de turistas estrangeiros em eventos de cultura e negócios. Além do turismo, a economia carioca é
fortemente baseada no setor de serviços, que representa 86% do PIB da cidade, com destaque para segmentos como saúde, tecnologia, finanças e construção civil.
Estudos da Secretaria de Desenvolvimento Econômico apontam que um setor aeroportuário fortalecido pode, em 10 anos, aumentar o PIB do Estado do Rio em R$ 50,6 bilhões e gerar 684 mil novos empregos. Esse crescimento também teria impacto no cenário nacional, adicionando 0,6% ao PIB do Brasil.