A Câmara Municipal de Duque de Caxias deu início, nesta terça-feira (24), aos trabalhos da CPI do Transporte Público, que vai apurar possíveis irregularidades nos contratos e na operação do sistema de transporte coletivo urbano da cidade. A comissão terá duração de 120 dias, com possibilidade de prorrogação por igual período.
A CPI foi motivada pelas constantes reclamações da população sobre problemas estruturais e a baixa qualidade do transporte público local. Além disso, houve tentativas de diálogo com o sindicato do setor e com o secretário estadual de Transportes, Washington Reis (MDB), cuja família está à frente do município há anos — ele próprio (por dois mandatos), seu tio Wilson Reis e, atualmente, seu sobrinho Netinho Reis.
‘Chover no molhado’
O vereador Leandro Guimarães (MDB), contrário à CPI, reconheceu os graves problemas do transporte público, mas pediu a retirada da comissão, alegando que a investigação seria “chover no molhado”, pois as reclamações são antigas e o Poder Executivo já estaria adotando medidas para resolver a questão.
Já a parlamentar Naná (PL) retirou sua assinatura da CPI, classificando a comissão como uma “justificativa política”, o que reduziu o número de assinaturas para 17 vereadores. Vale lembrar que o tema já foi pauta de duas audiências públicas na Câmara.
A sessão plenária contou ainda com a presença do deputado federal Marcos Tavares (PDT), dos secretários municipais Serginho Corrêa, Michele Tavares e Júnior Uios, além de diversos cidadãos que acompanharam os debates nas galerias.
Divergências na Câmara
A CPI dos Transportes tem gerado divergências no legislativo da cidade.
O vereador Vitinho Grandão (PL), autor do requerimento e presidente da Comissão de Transportes, defende que a investigação é necessária para solucionar de uma vez por todas o problema e punir os responsáveis, criticando a suposta omissão dos órgãos municipais diante da má prestação do serviço.
Por sua vez, o líder do governo na Câmara, vereador Eduardo Moreira (MDB), destaca avanços do Executivo, como a ampliação do programa Tarifa Zero e a licitação das linhas de ônibus, defendendo o comprometimento da administração em melhorar o transporte.
‘Resposta para a população’
Já o presidente da Câmara, Claudio Thomaz (PRD), fez ressalvas sobre a possibilidade de que a CPI seja uma “justificativa política”. Para ele, a comissão é uma resposta legítima e necessária para a população que, há anos, sofre com a precariedade do transporte público.
“Baratas, ônibus sujos, desrespeito. A CPI não é uma justificativa política, mas uma resposta para a população que há anos enfrenta essa situação precária”, destacou.
Vereadores que assinaram a CPI do Transporte Público:
- Vitinho Grandão (PL)
- Dr. Maurício (PRD)
- Marquinho Dentista (Republicanos)
- Wendell (SD)
- Juliana do Táxi (PL)
- Andreia Zito (PV)
- Michel Reis (SD)
- Clovinho Sempre Junto (PDT)
- Catiti (PDT)
- Leandro Enfermeiro (PRD)
- Valdecy Nunes (MDB)
- Badi (PDT)
- Moisés Neguinho (PP)
- Marquinho da Pipa (MDB)
- Carlinhos da Barreira (União)
- Beto Gabriel (SD)
- Chiquinho Caipira (SD)
Observação: O presidente da Câmara não assina CPI.