Depois de oito meses de atraso e um acréscimo de R$ 26,2 milhões em aditivos, o Museu Olímpico do Rio tem sua gestão administrativa definida. Foi publicado, em Diário Oficial, o resultado da licitação que escolheu o Instituto Realizando o Futuro (Irel) para operacionalizar o espaço — a mesma organização foi responsável pela montagem da museografia do futuro museu que custou R$ 45,7 milhões.
Para a gestão do espaço, o Irel ofertou o menor valor entre os concorrentes, R$ 14.232.422,33, e agora acumula R$ 60 milhões em contratos vinculados ao Museu (Museografia + Gestão). A paralisação das obras, aditivos e a falta de transparência geraram questionamentos do vereador Pedro Duarte (Novo).
Além da cobrança em audiência pública, o gabinete do vereador solicitou, por duas vezes, pedidos de informações sobre a data final de entrega da obra. Em ambas, a prefeitura não respondeu com clareza, alegando apenas previsão para até o primeiro semestre de 2025.
“O contrato inicial com a Concrejato Engenharia, de R$ 53,2 milhões, recebeu 5 aditivos, 2 destes de aumento quantitativo no valor do contrato, somando no final R$ 73,8 milhões”, frisou o parlamentar.
Ainda segundo o levantamento do gabinete de Duarte, a museografia, terceirizada para o Irel, teve dois aditivos (de R$ 40,1 milhões para R$ 46 milhões). A nova licitação para gestão (R$ 14,2 milhões) também foi vencida pelo Irel, que agora acumula R$ 60 milhões em contratos vinculados ao museu.
“É inaceitável que um projeto com R$ 134 milhões de dinheiro público não tenha cronograma transparente”, criticou Duarte.

Quadro de despesas do Museu Olímpico

Por FÁBIO MARTINS e VÍTOR D’AVILA