A Secretaria estadual de Administração Penitenciária (Seap) está fazendo, nesta quarta-feira (19), a Operação Strangulatio — um conjunto de ações para asfixiar as ações do crime organizado dentro do sistema prisional fluminense. A ação de hoje — que tem como alvos os presídios Gabriel Ferreira Castilho, Benjamin de Moraes e Alfredo Trajan, no Complexo de Gericinó — foi planejada a partir do monitoramento da subsecretaria de Inteligência e da subsecretaria Operacional. E conta com o apoio da Secretaria Nacional de Política Penais (Senappen), que fará o bloqueio do sinal de telefonia nas unidades.
As Seap apertou o combate às ações do crime organizado dentro do sistema prisional fluminense na última sexta-feira (14), quando foram apreendidos 64 aparelhos celulares, 1,8 quilo de material supostamente entorpecente e foram isolados 20 presos. Também abriu sindicância para apurar as responsabilidades pelas visitas íntimas concedidas a três chefes do tráfico do Rio, sem autorização prévia. William Sousa Guedes, o Corolla; Marco Antonio Pereira Firmino, o My Thor; e Luiz Fernando do Nascimento Ferreira, o Nando Bacalhau; receberam irregularmente visitantes no parlatório da Penitenciária Gabriel Castilho.
Do lado de fora dos presídios, criminosos têm promovido ações cada vez mais ousadas. No sábado, um grupo de criminosos armados com fuzis invadiu a 60ª DP (Campos Elíseos), em Duque de Caxias, para resgatar o traficante Rodolfo Manhães Viana, o “Rato”, de 34 anos, apontado como chefe do tráfico em uma das favelas da região. O bandido não estava mais na unidade.
“O governo do estado vem atuando para asfixiar financeiramente o crime organizado e a reação das facções nas ruas mostrou que o trabalho vem dando resultado. Elas acusaram o golpe. A Seap, por sua vez, trabalha para desarticular a rede de comunicação dos grupos criminosos, por meio da Operação Chamada Encerrada. E a Operação Strangulatio vai puxar mais a rédea”, disse secretária Maria Rosa Lo Duca Nebel.
Em dois anos, Seap apreendeu 16 mil celulares com os presos
Entre 2021 e 2024, o número de visitantes presos flagrados tentando ingressar com itens não permitidos aumentou 200% (de 24 para 72). Com eles apreendidos cerca de 25 quilos de drogas. Em 2023 e 2024, foram apreendidos 16 mil aparelhos celulares (10 mil em 2024 e 6 mil em 2023, aproximadamente) nas portas de entrada e no interior das unidades prisionais.