O Ministério Público (MPRJ) denunciou 19 pessoas, incluindo o procurador da Universidade do Estado do Rio (Uerj), Bruno Garcia Redondo, por envolvimento em um esquema de desvio de mais de R$ 6 milhões destinados a projetos de extensão da faculdade.
A investigação revelou que, entre 2021 e 2022, Redondo utilizou seu cargo para incluir amigos e familiares nas folhas de pagamento de três projetos da Uerj, que haviam recebido R$ 727.009.717,06 para serem investidos nas áreas de segurança, educação e saúde.
Os projetos envolvidos foram: o Observatório Social da Operação Segurança Presente, o Laboratório de Estudos Socioeducativos (Labes/Degase) e a Escola Criativa e de Oportunidade (Eco). As pessoas incluídas nas folhas de pagamento, segundo o MP, não realizaram os serviços para os quais foram contratadas.
Além de Bruno Redondo, entre os 18 denunciados estão sua esposa, Fernanda de Paula Fernandes de Oliveira, e o professor Oswaldo Munteal Filho. Também foram implicados o preparador físico de Redondo, o padrasto de sua esposa, a sogra, ex-sócios, ex-alunos, amigos e um servidor público de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.
O MP concluiu que o esquema só foi possível devido à falta de controle e transparência na gestão dos recursos da universidade. A denúncia aponta falhas como a ausência de contratos formais, a admissão irregular de pessoal e o acúmulo ilegal de cargos públicos, que facilitaram a execução do desvio.
Diante disso, o Ministério Público solicitou à Justiça a perda dos cargos públicos do procurador e do professor da Uerj, além da proibição de acesso às instalações da universidade.
O promotor de Justiça Alexandre Themístocles afirmou que “o esquema não se resumia a apropriações pontuais de salários por servidores ausentes, mas ao uso sistemático de vínculos laborais fraudulentos para o desvio de verbas públicas e enriquecimento ilícito de funcionários inescrupulosos”.