As eleições para a nova diretoria administrativa e financeira da Prece — fundo de previdência Cedae —, realizadas no último dia (27), estão sob análise judicial, conforme determinação da 4ª Vara Cível do Rio de Janeiro. A disputa, que já havia gerado expectativas entre os participantes, agora enfrenta um imbróglio jurídico. Alzemiro dos Santos Dias, que foi impedido de concorrer, por não cumprir, em tese, todas as exigências do edital, esperou a eleição terminar para impugnar o pleito. É possível que seja marcada nova eleição.
Foram três candidatos: Valdemir de Carvalho, que venceu com 858 votos; Reynaldo Dutra (306 votos) e Antônio Pereira (285 votos).
O impasse teve início quando a comissão eleitoral indeferiu a inscrição de Alzemiro, sob a justificativa de que ele não teria comprovado experiência nos cargos exigidos pelo edital: pelo menos três anos em atividades nas áreas financeira, administrativa, contábil, jurídica, de fiscalização, atuarial, previdência complementar ou auditoria. O candidato, entretanto, recorreu à Justiça alegando que cumpria todos os requisitos.
“Considerando que o autor logrou comprovar que possui nível superior e que há indícios de que o(s) cargo(s) ocupado(s) pelo requerente se adequam às exigências previstas na legislação aplicável, defiro a tutela antecipada, de forma parcial, para determinar o registro de sua candidatura”, diz a decisão, em caráter liminar, até que sejam ouvidas todas as partes.
Criada pela Cedae em 18 de janeiro de 1983, a Prece gere um valor de R$ 2,3 bilhões de 7,8 mil participantes. Em 2017, passou por um escândalo envolvendo fraude que gerou perdas de R$ 39 milhões aos fundos exclusivos da previdência dos funcionários e R$ 2 milhões à carteira própria da Prece, com 12 envolvidos, incluindo o então deputado federal Eduardo Cunha.